Conclave mais longo demorou quase três anos no século XIII

Dois cardeais morreram no processo

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Conclave mais longo demorou quase três anos no século XIII

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Votação para escolher um novo papa que acontece após renúncia ou morte, o conclave costuma durar alguns dias. Mas não foi sempre assim. No século XII, as eleições já chegaram a durar anos.

A votação mais longa da história durou cerca de três anos. O conclave teve início em 1268, após a morte do papa Clemente IV, em 29 de novembro daquele ano.

A votação ocorreu em uma época em que a igreja católica estava dividida por questões políticas entre cardeais franceses e italianos. Ao fim, o papa Gregório X foi eleito em 1º de setembro de 1271, após 33 meses.

A demora da votação revoltou os fiéis. Moradores frustrados removeram o telhado do palácio onde os cardeais estavam reunidos. Para eles, assim o Espírito Santo iria se juntar aos religiosos.

Além disso, a entrada de comida para os cardeais foi cortada. Com isso, as condições ficaram tão insalubres que resultaram na morte de dois cardeais. Um terceiro precisou ser retirado do confinamento para tratar de problemas de saúde.

Para evitar que o episódio se repetisse, o pontífice Gregório mudou as regras do conclave em 1274, decidindo que a partir dali os cardeais seriam trancados em um único quarto com um lavatório adjacente no palácio papal 10 dias após a morte de um papa.

Se em três dias nenhum papa fosse eleito, os cardeais seriam servidos apenas com um prato para almoço e jantar. Após cinco, eles receberiam apenas pão, água e um pouco de vinho e assim seguiriam até que uma decisão fosse tomada.

Segundo conclave mais longo

20 anos depois, em 1294, ocorreu outro conclave que durou anos. A eleição ocorreu após a morte do papa Nicolau IV. A igreja ficou dois anos sem um representante.

O conclave só terminou quando o sacerdote Pietro Del Morrone, que vivia isolado em um monte em Roma, fazendo jejum e orações, profetizou que os cardeais seriam punidos por Deus se o impasse não fosse resolvido. Assim, o próprio sacerdote foi eleito papa pelos cardeais.

Com o nome de papa Celestino V, ele só ficou no cargo por alguns meses. Celestino V abdicou por não se acostumar com as tarefas e burocracias do cargo. Ele foi o último papa a renunciar por vontade própria até Bento XVI, em 2013.

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