Concorrendo à reeleição, prefeito de Santo Antônio de Jesus contrata 510 estagiários; denúncia ao Farol aponta suposta admissão de cabos eleitorais
Custo anual dos estagiários é de R$ 6,68 milhões; Genival Deolino ainda não se posicionou
Foto: Reprodução/Prefeitura de Santo Antônio de Jesus
A Prefeitura de Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano, contratou 510 estagiários a um custo anual de R$ 6,68 milhões. Denúncias encaminhadas ao Farol da Bahia sugerem que essa contratação seria uma manobra para abrigar, ainda nesta gestão, os cabos eleitorais do atual prefeito, Genival Deolino (PSDB), que concorre à reeleição.
Questionada pela reportagem, a assessoria do prefeito não se manifestou. Em novembro de 2023, Deolino firmou um contrato com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) para intermediar a contratação de 450 estagiários de nível superior, 20 de nível técnico e 40 de nível médio.
O documento, vigente até novembro deste ano, indica que o valor mensal estimado da contratação, considerando o salário mínimo e o vale-transporte, é de R$ 557,2 mil, totalizando exatos R$ 6.687.057,60 ao longo de 12 meses.
Vale ressaltar ainda que dos 510 estagiários contratados, 81 estão alocados no centro de custos do gabinete do prefeito. Santo Antônio de Jesus é uma cidade que possui 103.055 habitantes, de acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre fevereiro e julho deste ano, a prefeitura gastou R$ 1.866.282,86 com os pagamentos mensais dos estagiários contratados. Os dados são do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia (TCM-BA) — confira aqui.
Fonte: TCM-BA
O que diz a prefeitura
Em contato com o Farol da Bahia, a secretária de Governo, Gilsonilda Correia, negou as acusações e afirmou que a oposição está disseminando notícias falsas.
“A oposição raivosa dissemina fake news. Temos ofícios do juiz solicitando os estagiários e confirmando a presença deles. Tentam afirmar que esses 81 estão no gabinete do prefeito, mas isso é inverídico. Atendemos 12 secretarias e quatro superintendências. O contrato foi licitado pela Secretaria de Governo e, por isso, foi firmado por essa pasta", disse.
O Farol da Bahia solicitou os documentos citados por Gilsonilda Correia, mas até o momento eles não foram enviados.