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Conheça Lia Medeiros, astrônoma brasileira que participou da foto de buraco negro

Brasileira afirma que sentiu orgulho e alívio ao ver divulgada a imagem mais nítida já registrada do fenômeno

Por Da Redação
Ás

Conheça Lia Medeiros, astrônoma brasileira que participou da foto de buraco negro

Foto: Reprodução/TV Globo

Lia Medeiros, astrônoma brasileira de 31 anos e pesquisadora membro do EHT (Event Horizon Telescope), colaboração internacional que revelou na última semana a imagem inédita do buraco negro, disse em entrevista à 'Tilt', que sentiu um misto de orgulho e alívio ao ver divulgada a imagem mais nítida já registrada do fenômeno espacial, localizado no centro da Via Láctea. O registro inédito trata-se do Sagitário A*.

"Estamos trabalhando nisso há muito, muito tempo, No último ano e meio, praticamente todas as horas da minha vida foram focadas nisso. É um certo alívio finalmente poder divulgar esse resultado", afirmou Lia, que é a única brasileira que faz parte do projeto.

Atualmente, ela faz pós-doutorado no IAS (Instituto de Estudos Avançados, na sigla em inglês), em Nova Jersey, com bolsa da Fundação Nacional da Ciência dos EUA. A astrônoma brasileira diz que o orgulho que ela está sentindo vem da certeza de ter feito a escolha certa na carreira. "Mais de 100 anos de trabalho teórico prevendo uma imagem, e quando ela sai, é exatamente o que foi previsto. É incrível! Fico muito orgulhosa não só da nossa equipe, mas da humanidade toda. Ciência funciona!", relatou.

Lia colabora com o EHT desde o início do projeto, e hoje é a mulher mais jovem a liderar um estudo (que envolve testes de física gravitacional do buraco negro) no órgão. O grupo é formado por mais de 300 cientistas e 60 instituições, entre laboratórios e universidades, espalhados por 20 países.

Em resumo, o papel da brasileira foi o de testar previsões de Albert Einstein feitas em sua teoria da relatividade geral, publicada em 1915. "Eu estou testando a teoria de Einstein no mesmo prédio em que ele trabalhou", diz Lia, em referência ao seu laboratório no IAS, onde o físico alemão trabalhou nos seus últimos anos de vida, até morrer em 1955.

A imagem registrada pelo EHT é tão nítida que permitiu à equipe da pesquisadora testar previsões feitas por Einstein com 500 vezes mais precisão do que estudos anteriores. Segundo Lia, todas as testadas foram "perfeitamente confirmadas".

Para finalizar, Lia afirmou que tem orgulho de suas raízes brasileiras. Quando o assunto é comida, não nega o amor pelo pão de queijo: "estou sempre comendo, em qualquer lugar do mundo". Ela morou em Belo Horizonte (MG) por quatro anos.

"Einstein não sabia que a relatividade geral permitiria a criação dos sistemas de GPS que usamos hoje", diz. "Mas ele tinha a curiosidade de entender como a gravidade funciona. Estamos tentando responder perguntas que nunca foram respondidas antes. Fazemos isso por curiosidade, mas sabendo que os efeitos no dia a dia dos humanos podem ser incríveis, mesmo sendo difíceis de prever", afirmou.

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