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Conselho de Direitos Humanos alerta para risco do bullying virtual em crianças

Sessão especial da ONU destaca preocupações com a saúde mental, educação e privacidade infantil

Por Da Redação
Ás

Conselho de Direitos Humanos alerta para risco do bullying virtual em crianças

Foto: Unicef/Karel Prinsloo

O bullying virtual, que afeta uma em cada três crianças no mundo, foi o foco de uma sessão especial realizada nesta quarta-feira (27) pelo Conselho de Direitos Humanos. O impacto dessa prática vai além das telas, violando direitos essenciais das crianças, incluindo a saúde mental, a educação, o lazer e a privacidade. Philip Jaffé, membro do Comitê de Direitos da Criança, enfatizou que a responsabilidade pela segurança das crianças é coletiva e que "o bullying virtual é muito real". Esse fenômeno também está associado a ansiedade, sofrimento emocional e, em casos extremos, ao suicídio infantil.

Uma voz importante nessa discussão foi Santa Rose Mary, de 15 anos, defensora das crianças de Uganda, que testemunhou sobre as consequências devastadoras do bullying virtual. Ela alertou que quando informações pessoais ou fotos íntimas de alguém são compartilhadas online, a pessoa "não consegue mais encarar a comunidade onde vive, não consegue nem encarar seus próprios pais", podendo levar a sentimentos de desesperança e, em casos trágicos, ao suicídio.

Nada Al-Nashif, vice-chefe de direitos humanos da ONU, ressaltou que o bullying virtual afeta meninas quase duas vezes mais do que meninos, de acordo com o Comitê para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (Cedaw). Além disso, crianças sujeitas a essa forma de violência são mais propensas a faltar à escola, ter desempenho acadêmico comprometido e enfrentar problemas de saúde mental.

A executiva da empresa Meta, Deepali Liberhan, participou da discussão e destacou a magnitude do problema. Ela revelou que, somente no terceiro trimestre de 2023, cerca de 15 milhões de conteúdos de bullying e assédio foram detectados nas plataformas Facebook e Instagram, a maioria deles removida proativamente pela Meta. Liberhan enfatizou as políticas de moderação de conteúdo da empresa, parcerias com especialistas e a implementação de ferramentas antibullying na experiência do usuário.

Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 130 milhões de estudantes em todo o mundo sofrem bullying, uma situação exacerbada pela disseminação das tecnologias digitais. A sessão no Conselho de Direitos Humanos reforçou a necessidade de ação conjunta para enfrentar esse grave problema, incluindo responsabilidade das empresas de tecnologia em proteger os direitos das crianças online.

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