Economia

Conselho Monetário Nacional discute ajuste no sistema de metas de inflação

Mudança na forma de definição da meta pode impactar taxa de juros no país

Por Da Redação
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Conselho Monetário Nacional discute ajuste no sistema de metas de inflação

Foto: Reprodução

O Conselho Monetário Nacional (CMN) realizará uma reunião nesta quinta-feira (29), para discutir um possível ajuste no sistema de metas de inflação. O CMN, composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela titular do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, é responsável por estabelecer as diretrizes da política monetária do país. O resultado da reunião será divulgado ao final do dia.

O ministro Haddad tem defendido publicamente uma mudança nos parâmetros adotados atualmente, visando a criação de um sistema contínuo de metas de inflação. Esse será o ponto de discussão do encontro. Atualmente, a meta é definida seguindo o ano calendário, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Haddad mencionou que a meta para 2024 será de 3% e deverá ser mantida.

Essa mudança na sistemática pode ter um impacto significativo nas expectativas de taxa de juros no país. A reunião do CMN nesta semana será a primeira desde que o BC decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, sem sinalizar claramente uma redução da Taxa Selic em agosto, o que gerou descontentamento por parte do governo.

A alteração no sistema de metas de inflação pode influenciar diretamente as expectativas do mercado em relação à taxa de juros. As projeções dos analistas já estão em queda, e a taxa de crescimento do país foi reduzida de 5,12% para 5,06% no último Boletim Focus.

A definição da meta de inflação é de responsabilidade do BC, que deve prestar contas sobre o cumprimento dessa meta. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu um aumento na meta como estratégia para possibilitar um corte mais rápido da Taxa Selic. No entanto, essa proposta é contestada por Roberto Campos Neto, presidente do BC, que acredita que essa estratégia pode ter efeitos contrários.

O CMN, que geralmente trata de assuntos técnicos relacionados à moeda e políticas de crédito, poderá inovar nesta reunião ao discutir uma alteração no prazo de cumprimento da meta. Ao invés de tentar alcançar um número específico até dezembro, baseado no ano calendário, a proposta é estabelecer uma meta "contínua". Essa mudança poderia reduzir a volatilidade da Taxa Selic e desestimular medidas pontuais do governo para evitar o descumprimento da meta. Essa abordagem se aproximaria do sistema adotado por outros países com metas de inflação.

 

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