Contagem regressiva para o lançamento do James Webb
Telescópio tem tecnologia avançada para investigar o universo profundo
Foto: Divulgação/ NASA
Faltam seis meses para o lançamento do telescópio James Webb, considerado como uma das tecnologias mais potentes para investigar o universo profundo. O telescópio, que será lançado no dia 31 de outubro, vai substituir o Hubble que está no espaço há mais de 30 anos. A emissão do telescópio é considerado um evento muito importante, principalmente, devido ao tamanho do objeto.
Com um espelho de 6,5m, o telescópio vai poder captar informações das primeiras galáxias que surgiram no universo, além de rastrear estrelas e novos sistemas solares. Além disso, ele deve alcançar a marca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, façanha considerada 3 mil vezes maior do que a do Hubble.
Com todas essas vantagens, a expectativa é de que o telescópio ajude a investigar a formação e a evolução de um dos objetos astronômicos considerados mais misteriosos: os buracos negros. Apesar do Brasil não estar entre os financiadores do projeto, que são as agências espaciais americana (Nasa), a europeia (ESA) e a do Canadá (CSA), duas pesquisas brasileiras foram selecionadas para observar as imagens captadas pelo Webb, no primeiro ano após o lançamento ao espaço.
Uma delas está no foco da missão do Webb: saber como se dá o crescimento dos buracos negros supermassivos, localizados no centro de galáxias. Para isso, é preciso olhar para o passado do Universo, como propõe o astrofísico Roderik Overzier, da Coordenação de Astronomia e Astrofísica do Observatório Nacional e equipe.
Ele contará com 24 horas de observação. O estudo, proposto por Roderik e equipe e que foi aprovado por uma comitiva internacional, investiga os chamados rádio-galáxias, que segundo o pesquisador, possuem fortes jatos de plasma que emitem ondas de luz rádio. A partir das observações será possível entender um pouco mais sobre como as galáxias e os buracos negros se formaram.
A outra pesquisa foi proposta por cientistas da Universidade Federal de Santa Maria e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Quem lidera os estudos é o professor do departamento de Física da UFSM, Rogemar Riffel. '' Nosso projeto visa observar três galáxias próximas entre 300 e 500 milhões de anos-luz da Terra. Esses objetos possuem em seu centro buracos negros supermassivos e eles estão capturando matéria ativamente. À medida que ele captura matéria forma-se um disco de acreção e a partir daí originam-se ventos, de centenas e até milhares de quilômetros por segundo, percorrem a galáxia e podem afetar a formação estelar da galáxia'', disse.
Após vários adiamentos, a expectativa é que o James Webb embarque em um navio nos Estados Unidos rumo à Guiana Francesa de onde será lançado ao espaço em um foguete da Agência Espacial Europeia. Há muita expectativa pelo que virá após as primeiras imagens geradas. Segundo cientistas do mundo todo, algo que pode revolucionar tudo que se sabe até então sobre a formação e a evolução do universo. O telescópio é batizado em homenagem a James Webb (1906-1992), administrador da Nasa entre os anos de 1961 e 1968.