COP 28 traz avanços na transição energética, mas não apresenta acordos para eliminação dos combustíveis fósseis

A Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), também conhecida como COP 28, chegou ao encerramento nesta quarta-feira (13) com a versão final do acordo resultante das negociações entre 195 países.

O texto atual propõe avanços na transição energética, mas omite a expressão "phase out", que seria empregada no sentido de eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, os principais causadores das emissões de gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global. Esta abordagem não foi bem recebida pelos ambientalistas.

Ao todo, cerca de 100 países tentaram fazer um lobby para eliminar gradualmente o uso de petróleo, gás e carvão. Eles, no entanto, encontraram forte oposição da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), liderado pela Arábia Saudita, que argumentou que o mundo pode reduzir emissões sem a eliminação de combustíveis específicos.

O novo acordo pede explicitamente a transição justa, ordenada e equitativa dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, visando alcançar a neutralidade de carbono até 2050, conforme a ciência.

Além disso, propõe que seja triplicada a capacidade de energia renovável a nível mundial até 2030. A medida visa reduzir a utilização de carvão, ao mesmo tempo que busca acelerar o uso de tecnologias para captura e armazenamento de carbono.

O presidente da COP 28, Sultan Al Jaber, descreveu o acordo como "histórico", destacando que o verdadeiro sucesso estará na sua implementação. Vários países também aplaudiram o acordo por ter conseguido algo difícil em décadas de negociações sobre o clima.