COP28: OMS destaca a necessidade de priorizar a saúde nas negociações climáticas

Às vésperas da 28ª Cúpula do Clima, COP28, que inicia na quinta-feira (30), a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca a necessidade de priorizar a saúde nas negociações climáticas. O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, enfatiza que "priorizar a saúde não é apenas uma escolha, é a base de sociedades resilientes".

A cúpula, orientada para abordar a crise climática em escala global, deverá dedicar especial atenção a temas como a transição energética, o mercado de créditos de carbono e a monitorização das emissões de gases de efeito estufa. 

A OMS destaca a necessidade de considerar na COP28 não apenas a redução de emissões, mas também os impactos na saúde, citando casos de asma, câncer de pulmão e outras doenças respiratórias relacionadas à poluição e às alterações climáticas. Pela primeira vez, o evento terá um dia dedicado à saúde, que pretende destacar o nexo entre clima e saúde na agenda das alterações climáticas. Espera-se que um número recorde de ministros da saúde participe na COP28. 

A agência defende estratégias para transferência de tecnologias verdes e ação rápida para evitar deslocamentos e surtos de doenças infecciosas.

A diretora do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, Maria Neira, destacou, em entrevista a ONU News, que o impacto das mudanças climáticas atinge todos, mas os mais vulneráveis são os residentes em países subsaarianos, sudeste asiático e pequenos Estados insulares.

O relatório do IPCC destaca que cerca de 3,5 bilhões de pessoas vivem em áreas altamente vulneráveis às alterações climáticas, com aumento significativo de mortes relacionadas ao calor e desastres naturais. A OMS espera que os líderes na COP28 reconheçam as mudanças climáticas como uma ameaça direta à saúde global.

Brasil na COP28

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja a Dubai para participar da COP28 e na pauta destacará o compromisso do Brasil em conter o desmatamento e liderar iniciativas ambientais. Com a maior delegação da história do país na conferência, Lula busca evidenciar o "protagonismo verde" do Brasil.

Além do presidente, a lista de nomes que o acompanham envolve diversos ministros. São eles: Fernando Haddad (Economia), Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Jader Filho (Cidades), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Carlos Fávaro (Agricultura), Nísia Trindade (Saúde), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Celso Sabino (Turismo), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas).