Copa América: Lewandowski determina que Bolsonaro dê informações sobre realização do evento no Brasil
Ministro atende a ação do PT

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, determinou nesta terça-feira (1), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conceda informações sobre o anúncio de que o Brasil será a sede da Copa América neste ano. Lewandowski atendeu a uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) apresentada à corte pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Na ação, o partido pede que o STF determine a interrupção de todo e qualquer preparativo que viabilize a realização da competição em território brasileiro e declare como inconstitucional a autorização.
"Considerando a importância da matéria e a emergência de saúde pública decorrente do surto do novo coronavírus, bem como a urgência que o caso requer, solicitem-se prévias informações ao presidente da República", afirma o ministro.
"[O governo federal] deu imediato aval para a realização do evento, sem se preocupar com o avanço epidemiológico enfrentado pelo país, muito menos consultando os demais entes federativos sobre sua concepção sobre o caso", diz o PT na ação. "Isso significará o trânsito de milhares de pessoas advindas de outros países por diferentes regiões, utilizando-se da malha aeroviária brasileira, fazendo contato com passageiros que irão se deslocar para todos os cantos do Brasil e do mundo", segue.
A competição entre as seleções sul-americanas de futebol ficou sem sede no último domingo (30), quando a Argentina abriu mão de recebê-la pelo aumento de casos de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, em seu território. Na manhã da última segunda-feira (31), o Brasil abraçou o torneio, segundo a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
Diante da repercussão negativa do anúncio feito pela entidade, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou no início da noite de segunda que a realização da Copa América no país ainda não está definida, mas disse que o evento, caso ocorra, deverá seguir protocolos sanitários e ter a vacinação de atletas e comitivas. "Não tem nada certo. Estamos no meio do processo, mas não vamos nos furtar a uma demanda, caso seja possível atender", declarou Ramos.