Copom desempata votação, abrindo caminho para mais reduções na taxa Selic
Decisão apertada de 5 votos a 4, indica possível sequência de cortes intensos nos juros básicos
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
Em uma decisão marcada pela estreita margem de 5 votos a 4, o Comitê de Política Monetária (Copom) determinou um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic. Esta foi a primeira queda desde agosto de 2020, reduzindo a Selic de 13,75% para 13,25% ao ano. O voto de desempate foi concedido pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
Junto ao presidente Campos Neto, votaram pela redução Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino, ambos diretores indicados pelo presidente Lula, assim como Carolina de Assis Barros e Otávio Ribeiro Damaso. Por outro lado, os quatro diretores que foram derrotados defenderam um corte mais moderado de 0,25 ponto percentual. Essa divergência de opiniões entre os membros do Copom tem levantado discussões sobre a possibilidade de cortes mais acentuados da taxa Selic nos próximos meses.
"Foi um corte arrojado que mostra espaço para novas baixas", analisa Fabio Louzada, economista fundador da startup Eu me Banco. Ele vê de forma positiva o voto decisivo de Campos Neto, alinhando-se com os diretores indicados por Lula, o que, segundo Louzada, "abre a porta para cortes mais expressivos nas próximas reuniões".
Ricardo Jorge, especialista em renda fixa da Quantzed, descreve a decisão como "bem disputada" e surpreendente. Agora, ele destaca a importância de manter um ritmo constante de redução da taxa Selic. Jorge ressalta que, após a decisão inicial acelerada, é crucial seguir nessa trajetória para evitar incertezas no mercado.
Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, acredita que essa decisão marca o começo de uma trajetória que levará a Selic a um patamar próximo de 10% até o início do próximo ano.