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Corais na Baía de Todos-os-Santos dobram taxa de crescimento com nova técnica de uso do plástico

Ecossistemas de corais abrigam pelo menos 25% das espécies marinhas

Por Da Redação
Ás

Corais na Baía de Todos-os-Santos dobram taxa de crescimento com nova técnica de uso do plástico

Foto: Divulgação

A partir de uma iniciativa inovadora de restauração de recifes na Baía de Todos-os-Santos, o uso do poliacetal, um tipo de plástico conhecido pela resistência, fez o coral nativo Millepora alcicornis dobrar a taxa de crescimento.

A ação utiliza o esqueleto do Coral-sol, espécie considerada invasora na região, como base na produção de sementeiras para cultivo do coral nativo. As sementeiras foram instaladas em berçários no fundo do mar, na Ilha de Maré, em Salvador, sendo fixadas com plástico, com objetivo de potencializar o crescimento dos espécimes. Depois foram transferidas para povoar uma área de recifes, de cinco mil metros quadrados, que fica aproximadamente a seis quilômetros da costa. 

O experimento foi realizado no primeiro ano de atividades do projeto Corais de Maré, desenvolvido pela empresa Carbono 14, em parceria com a Universidade Federal da Bahia (Ufba) e o Instituto de Pesca Artesanal de Ilha de Maré, com patrocínio da Braskem

“Mesmo com adversidades durante o experimento, como uma tempestade que avariou algumas sementeiras, percebemos que o coral nativo dobrou sua taxa de crescimento com o uso do poliacetal, passando de 7 cm em seis meses para os mesmos 7 cm em três meses”, explicou o professor de Oceanografia Biológica no Instituto de Geociências da Ufba, Igor Cruz.

Segundo o especialista, o próximo passo é repetir o experimento na mesma profundidade de cinco metros e também realizá-lo na profundidade de dois metros para continuar a pesquisa. Os novos experimentos devem testar também polietileno, PVC e nylon, além de outros materiais, como aço inox e cerâmica. 

O projeto tem o objetivo de recuperar os recifes da Baía de Todos-os-Santos, que teve a quantidade de corais reduzida em 50% desde 2003, de acordo com levantamento de pesquisadores da Ufba.

Essenciais para a biodiversidade, os ecossistemas de corais abrigam pelo menos 25% das espécies marinhas, além de contribuírem para a atividade econômica e de subsistência das comunidades costeiras, de acordo com estudos da Rede Global de Monitoramento de Recifes de Coral (GCRMN). 

Capacitação

Além do desenvolvimento da técnica inovadora para promover a restauração dos corais, o projeto Corais de Maré também focou na capacitação da comunidade de Ilha de Maré. Dez jovens da região participaram do curso de agentes ambientais e passaram a multiplicar os conhecimentos adquiridos, realizando ações socioambientais em suas comunidades. Também foram realizadas oficinas de restaurações de corais, com a participação de 17 pescadores. Após o treinamento, eles atuaram na construção das sementeiras, que foram fixadas em áreas submarinas a cinco metros de profundidade. 

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