Coronavírus: 'Não estamos aqui para tampar o sol com a peneira', diz Mandetta
Ministro negou que deixará o cargo

Foto: Reprodução/TV Brasil
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta sexta-feira (3), em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto depois de ter sido questionado se deixará o cargo, que a pandemia do novo coronavírus será superada com dor, e que ele não vai "tampar o sol com a peneira". Segundo ele, "médico não abandona o paciente".
“Não existe superar sem dor. Serão semanas duras. Serão dias difíceis. Não estamos aqui para tampar o sol com a peneira não. Mas faremos com o máximo da nossa inteligência, com o máximo do nosso denodo, sempre pensando no paciente, sempre pensando na preservação do maior número de vidas “, disse Mandetta.
O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) afirmou nesta quinta (2), que ele e Mandetta têm se "bicado há algum tempo" e que o ministro da Saúde "extrapolou" em meio à crise provocada pelo novo coronavírus. Bolsonaro disse ainda que nenhum ministro é "indemissível".
"Quanto a eu deixar o governo por minha vontade, eu tenho uma coisa na minha vida que eu aprendi com os meus mestres: 'médico não abandona paciente, meu filho'. Eu já cansei de terminar plantão, na minha vida, e o plantonista que tinha que chegar para me render, para eu poder ir embora, não aparecer, por problemas quaisquer, e eu ficar 24 horas dentro do hospital", declarou Mandetta nesta sexta.
Nas últimas semanas, Bolsonaro e Mandetta deram opiniões diferentes sobre o combate ao novo coronavírus: o ministro defende o isolamento, assim como orienta a Organização Mundial de Saúde (OMS) e Bolsonaro tem defendido o fim do "confinamento em massa" e a reabertura do comércio.
Contudo, o ministro voltou a mostrar preocupação com todo o Brasil e disse que mesmo uma "cidade pequenininha" pode ter problema por causa da pandemia do novo coronavírus.
Coronavírus
De acordo com informações do Ministério da Saúde, divulgada nesta sexta-feira (3), o Brasil tem 359 mortes e 9.056 casos confirmados. No mundo, a pandemia já provoca a morte de mais de 58 mil pessoas.