Corpo de brasileiro que morreu em prisão israelense ainda não foi liberado; pai faz apelo a Lula
Estado judeu ainda não deu nenhuma justificativa para a manutenção do corpo sob custódia

Foto: Reprodução/RedesSociais
O corpo do brasileiro-palestino Walid Khalid Abdalla Admad, morto aos 17 anos em uma prisão israelense, ainda não foi entregue à sua família. O óbito foi há um mês. O Estado judeu ainda não deu nenhuma justificativa para a manutenção do corpo sob custódia, bem como qualquer outra resposta sobre o caso.
O jovem morreu no dia 22 de março, na prisão de Megido, em decorrência de fome, desidratação e complicação infecciosas. A família só teve acesso a autópsia, que indicava que o quadro foi agravado por "desnutrição prolongada e privação de intervenção médica". Apesar dos esforços da diplomacia brasileira pela liberação, Israel não tem respondido aos apelos feitos.
Nem mesmo o laudo com as causas da morte foi fornecido pelo governo israelense. Advogados que atuam no caso conseguiram obter o documento junto a médicos do presídio. Interlocutores do governo brasileiro familiarizados com as tratativas diplomáticas afirmam que, embora não haja uma explicação formal para a demora, Israel tem como prática não liberar corpos de prisioneiros para usá-los como moeda de troca.
O pai do jovem, o brasileiro-palestino Khaled Ahmad, disse à GloboNews que ele e toda a sua família sentem “uma tristeza profunda” pela perda do jovem e “uma dor enorme” por não poderem se despedir.
“Até agora, Israel não nos forneceu nenhuma justificativa para não liberar. E também não respondeu ao nosso pedido de restituição do corpo”, afirma Khaled, que pede que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atue no caso de forma ativa.
“Gostaria de fazer um apelo ao presidente do Brasil para que nos ajude a conseguir a liberação do corpo do nosso filho, para que possamos sepultá-lo de acordo com os ritos islâmicos. Acredito que ele possa nos ajudar, pois é um grande presidente de um grande país”, concluiu.
Um diplomata ouvido pela Globonews afirmou que Israel pode reagir ao ser provocado pelo governo brasileiro em temas amplos, como já aconteceu quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou a guerra em gaza ao Holocausto. No entanto, ele falou que o país tende a não dar respostas em casos concretos como o de Walid.