Cortes de verba no combate ao HIV podem causar explosão de casos e mortes até 2030
Estudo alerta que cortes na ajuda internacional são prejudiciais para o combate à doença

Foto: Reprodução/Pixabay
Um estudo publicado na revista The Lancet HIV alerta que cortes no financiamento internacional podem comprometer décadas de avanços no combate à doença. Segundo o levantamento, a redução dos recursos pode resultar em até 10,8 milhões de novas infecções e 2,9 milhões de mortes até 2030.
Os impactos mais graves devem ocorrer em países de baixa e média renda, especialmente na África Subsaariana, onde programas como o Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio da AIDS (PEPFAR) garantem acesso a tratamentos, testagem e prevenção.
Desde 2015, doadores internacionais financiaram cerca de 40% da resposta ao HIV nessas regiões, com EUA, Reino Unido, França, Alemanha e Holanda representando mais de 90% dos repasses.
No entanto, esses países anunciaram cortes que podem reduzir em 24% os recursos para o combate à AIDS até 2026. Os EUA, maior contribuinte, suspenderam temporariamente o financiamento internacional em janeiro de 2025, levando ao fechamento de clínicas e à demissão de milhares de profissionais de saúde.
“Esperamos um aumento nas infecções devido ao colapso de serviços essenciais”, alertou Winnie Byanyima, diretora executiva da UNAIDS. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também advertiu que a medida ameaça a vida de mais de 30 milhões de pessoas que dependem de terapias antirretrovirais.