Cortes no Bolsa Família impulsionam aumento da extrema pobreza no Brasil
Mais de 1,3 milhão de beneficiários já foram excluídos do programa
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Foto: Ministério da Cidadania
Em cinco anos, o Bolsa Família, programa de transferência de renda criado em 2003 e que, posteriormente se consolidou como importante ferramenta de combate à extrema pobreza e a desigualdade sofreu com desajustes e excluiu mais de 1,3 milhão de beneficiários.
Os reflexos desses cortes foram constatados por um estudo da Fundação Getúlio Vargas, divulgado nesta semana e que indica a queda na renda dos brasileiros mais pobres como principal consequência.
Entre 2014 e 2018, a renda dos 5% mais pobres no Brasil reduziu 39%. No mesmo período, o país registrou aumento de 67% na população que vive na extrema pobreza. A FGV usou como base a linha mais baixa da pobreza das metas do milênio da Organização das Nações Unidas (ONU), que equivale a US$1,25 (aproximadamente R$ 5,45) per capita por dia.
A pesquisa também usou microdados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) e da Pnad Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para concluir que, desde 2014, quando o país atingiu o menor percentual de extrema pobreza nos últimos 15 anos, o valor subiu e não houve abatimento. Em 2018, o país retornou a mesma estaca de 2008.