Cientista brasileira critica omissão de parceiro estrangeiro na produção da Butanvac pelo Butantan
Butantan diz que hospital dos EUA "não autorizou a divulgação de seu nome”

Foto: Agência Brasil
Após o Instituto Butantan anunciar a vacina Butanvac contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, como o primeiro imunizante 100% brasileiro, a cientista brasileira Natália Pasternak usou as redes sociais nesta sexta-feira (26), para criticar a omissão de parceiros estrangeiros na produção por parte do instituto.
A vacina 100% brasileira funciona assim: os americanos desenvolvem, os vietnamitas e tailandeses arranjam os voluntários, e a gente entra com o ovo! https://t.co/pzewKykPrq
— Natalia Pasternak, PhD ? ?? ?? (@TaschnerNatalia) March 26, 2021
Boa ciencia se faz com colaborações internacionais. e o Butantan domina a técnica de producao em ovo. Aqui a publicacao do grupo do Dr Peter Palese: https://t.co/XACOwByDEp
— Natalia Pasternak, PhD ? ?? ?? (@TaschnerNatalia) March 26, 2021
e fazer parceria com um lab americano de alto nivel deveria ser motivo de orgulho, e nao algo a ser omitido.
— Natalia Pasternak, PhD ? ?? ?? (@TaschnerNatalia) March 26, 2021
Uma publicação do jornal Folha de S. Paulo aponta que o imunizante “100% brasileiro” foi desenvolvido nos Estados Unidos, na Escola de Medicina Icahn do Instituto Mount Sinai. A informação, dada à reportagem pelo diretor e professor do departamento de microbiologia do instituto, Peter Palese, também consta em estudo publicado em dezembro de 2020 assinado por pesquisadores do Mount Sinai e da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill.
Nesta sexta (26), o Mount Sinai divulgou nota na qual trata o Butantan como um parceiro. "É importante ter um fabricante de vacinas experiente, que saiba como conduzir testes clínicos e produzir/distribuir a vacina de forma eficaz. Estamos convencidos de que o Butantan é o parceiro certo para nossa vacina", escreveu o hospital em nota enviada à TV Globo.
O Butantan, por sua vez, disse, em nota divulgada após o posicionamento do hospital dos EUA, que "o consórcio internacional tem um papel importantíssimo na concepção da tecnologia e no suporte técnico para o desenvolvimento do imunobiológico", mas reafirmou que, no Brasil, o desenvolvedor da vacina é o Instituto Butantan.
Veja na íntegra a nota do Butantan
"O Instituto Butantan esclarece que a produção da ButanVac, primeira vacina brasileira contra o novo coronavírus, é 100% nacional, conforme anunciado na manhã desta sexta-feira, 26/3, em coletiva de imprensa. É importante ressaltar que a ButanVac é e será desenvolvida integralmente no país, e o consórcio internacional tem um papel importantíssimo na concepção da tecnologia e no suporte técnico para o desenvolvimento do imunobiológico, algo imprescindível para uma vacina segura e eficaz. No Brasil, o desenvolvedor da vacina é o Instituto Butantan. A vacina, portanto, é brasileira e dos brasileiros. A matéria publicada pela Folha de S. Paulo traz a comunicado não oficial de um pesquisador de instituição norte-americana. A instituição não autorizou a divulgação de seu nome em comunicados oficiais do Butantan sobre a nova vacina. Comunicados conjuntos serão feitos pelos integrantes do consórcio no momento oportuno, incluindo a instituição citada pela Folha. A vacina é do consórcio. A ButanVac é brasileira."