Covid-19 continua sendo responsável por 10 vezes mais mortes no Brasil do que a dengue

Apesar da redução significativa no cenário epidemiológico, com uma média semanal de mortes cerca de 100 vezes menor do que nos piores momentos da pandemia, a Covid-19 continua sendo responsável por 10,8 vezes mais mortes no Brasil do que a dengue, conforme dados do Ministério da Saúde.

De acordo com o monitoramento até a sétima semana epidemiológica de 2024, encerrada em 17 de fevereiro, foram registrados 122 mortes confirmados por dengue, com outros 456 em fase de investigação. Em contrapartida, a Covid-19 causou 1.325 mortes nesse mesmo período.

Embora ambas as doenças sejam importantes, os impactos na saúde e os mecanismos de controle são bastante diferentes. A Covid-19 possui uma letalidade superior e um impacto mais grave em perdas de vidas, enquanto a dengue tende a lotar os prontos-socorros devido aos sintomas mais evidentes. São doenças distintas em diversos aspectos.

É importante notar que o cenário atual da Covid-19 não suscita mais alarme como em fases anteriores da pandemia, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) encerrou a declaração de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) relacionada à doença em maio do ano passado.

A queda na mortalidade é atribuída à combinação de uma extensa campanha de vacinação, que já aplicou mais de 13,5 bilhões de doses em todo o mundo, alcançando 70,6% da população global com pelo menos uma dose, segundo dados do Our World in Data da Universidade de Oxford.

No Brasil, a média atual de mortes por Covid-19 a cada 7 dias é de 192, uma significativa redução em comparação ao mesmo período do ano passado, quando era de 448. Durante o auge da pandemia, em abril de 2021, o país chegou a registrar uma média semanal de 19.731 óbitos, mais de 100 vezes superior à taxa atual.

Para prevenir uma possível onda de casos graves, a manutenção de medidas preventivas, como a atualização do esquema vacinal, é crucial. No entanto, apenas 19,7% da população elegível no Brasil recebeu a dose bivalente da vacina até o momento.

Enquanto isso, a dengue continua apresentando números alarmantes, com mais de 740 mil casos registrados no país apenas nos primeiros dois meses deste ano, representando quase metade de todos os diagnósticos de 2023. Essa situação levou diversos estados e capitais a decretarem estado de emergência em saúde.

Os especialistas apontam diversos fatores para o aumento dos casos de dengue, incluindo a introdução de novas variantes do vírus, as mudanças climáticas e a falta de medidas preventivas adequadas, como a gestão inadequada do lixo e a falta de saneamento básico.