Covid-19: dos pacientes internados com a doença, cerca de 35% têm algum tipo de problema cardíaco
Aos detalhes...
Foto: Arquivo
Segundo dados publicados pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, 62% das pessoas que já foram hospitalizadas por Covid-19 este ano apresentam alguma comorbidade. Dentre estes, 35.3% tem algum tipo de problema cardíaco, número que aumentou se comparado ao ano passado (31.5%). Outra doença que teve alto número de internação foi o grupo de hipertensos, em segundo lugar, com 7,6% das internações. Diabetes e câncer também encabeçam a lista.
"Já se sabe que pacientes com doenças cardiovasculares ou comorbidades como hipertensão arterial e diabetes, apresentam maior risco de desenvolverem casos mais graves se tiverem Covid. Por outro lado, também já temos comprovações de complicações cardiovasculares em pacientes que se infectaram com o vírus, com relatos de arritmia cardíacas, inflamação do músculo cardíaco que a gente de miocardite, inflamação da membrana que envolve o coração, que é a pericardite, além de quadros de infartos do miocárdio. Em todos esses casos pode haver recuperação do coração, mas também podem ocorrer sequelas, que podem trazer limitação para a vida das pessoas", explica a cardiologista Renata Christian Martins Félix, da Clínica Villela Pedras.
Segundo a especialista, as queixas mais comuns deixadas pela Covid-19, em se tratando do sistema cardiovascular são: cansaço, falta de ar, dor no peito e palpitações. Nestes casos, a médica indica como o paciente deve proceder até que seja atendido em uma unidade hospitalar. "Nos casos em que o paciente apresente falta de ar e palpitações, ele deve procurar rapidamente um atendimento de saúde. A princípio, não há nenhuma orientação específica para proceder até chegar ao hospital, porque o quadro precisa ser avaliado por um médico para que seja feito o adequado diagnóstico e, a partir disso, é que vai ser avaliado o melhor tratamento".
E para saber se houve algum tipo de sequela cardíaca, após ficar curado da Covid-19, a médica aponta que só é necessário investigar, caso o paciente apresente sintomas como cansaço, falta de ar, palpitações e dor no peito. "Se no curso da doença, for identificada pelo médico alguma alteração que sugira o aparecimento de problema cardíaco, também é aconselhado investigar".
Por isso a médica ressalta a importância dos exames preventivos, que muitas vezes foram deixados de lado em função da Covid-19, que afastou os pacientes dos exames de rotina. "Houve a redução da procura por realização de exames cardiológicos durante a pandemia e um dos principais fatores é o temor de ser exposto ao vírus durante o tempo fora de casa em um ambiente público, porque a prioridade passou a ser se proteger do virus. Mas, para quem tem problemas cardíacos ou fatores de risco como hipertensão e diabetes, deixar de fazer seus exames cardiológicos, pode significar deixar de detectar algum risco para o coração, por isso, é importante não deixar de fazer os exames seguindo sempre os protocolos de segurança", finaliza.