Covid-19: equilíbrio entre qualidade de vida e trabalho piorou, diz pesquisa
Para 32% dos entrevistados, houve piora da saúde mental
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De acordo com o 15º Índice de Confiança da Robert Half, 26% dos entrevistados consideram que a sensação de equilíbrio entre qualidade de vida e trabalho piorou durante a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. As incertezas a respeito do fim da pandemia, os desafios do trabalho remoto, além das oportunidades reduzidas de descanso e férias foram fatores que resultaram em níveis significativos de estresse nos profissionais brasileiros.
Ainda segundo os dados do índice, para outros 26% dos entrevistados, a sensação se manteve igual desde o início da pandemia. Os principais motivos apontados pelos 52% dos entrevistados (soma dos dois grupos) são:
-piora da saúde mental (32%)
-falta de contato próximo com a equipe e gestores (16%)
-espaço físico inadequado para o trabalho (10%)
A pesquisa da consultoria de recrutamento especializado aponta ainda que para 28% dos recrutadores entrevistados, a saúde mental é a maior preocupação de 2021. De acordo com a Robert Half, devido ao prolongamento da pandemia e necessidade de distanciamento social, muitos profissionais e empresas optaram pelo adiamento das férias no último ano, o que resultou em cargas pesadas de trabalho que não foram alternadas com o descanso necessário.
"As companhias, portanto, também devem balancear possíveis planos de férias atrasados com as ambiciosas agendas de recuperação dos negócios. Uma boa alternativa dentro deste contexto é o recrutamento de profissionais para projetos a fim de preencher as lacunas temporárias deixadas por colaboradores permanentes que estejam de licença. Desta forma, a força de trabalho não se sente sobrecarregada com a necessidade de absorção de demandas", afirma a consultoria de recrutamento especializado.
Burnout deve crescer em 2021
Em uma análise realizada pelo perfil oficial da Robert Half no Linkedin, que contou com a participação de mais de 1.100 respondentes, 40% afirmam que se sentem cansados e estressados depois de mais de 12 meses de trabalho remoto. De acordo com a Robert Half, a continuidade da pandemia por si só já afeta a sanidade mental dos profissionais, que são impactados diariamente pelo medo, ansiedade e insegurança.
O levantamento aponta que, à medida que a atividade econômica se recupera, as empresas aceleram suas atividades, o que cria cargas de trabalho cada vez maiores para muitos profissionais. No entanto, trabalhar incansavelmente não é saudável e nem sustentável, além de poder resultar em burnout. A Robert Half listou quatro dicas para auxiliar gestores a prevenir a síndrome:
1°: Atenção ao volume de horas trabalhadas - para ajudar profissionais a conciliar atividades pessoais e profissionais, ofereça esquemas alternativos de trabalho, como jornadas flexíveis, e se atente ao volume de horas trabalhadas.
2°: Administração do tempo - se os profissionais virem que os gestores levam a sério o compromisso com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, administrando seu próprio tempo de maneira eficaz, estarão mais propensos a fazer o mesmo. Evitar trabalhar até tarde, tirar férias anuais e não enviar e-mails tarde da noite ou no fim de semana são práticas que podem ajudar a dar o exemplo certo.
3°: Definição de prioridades - ajude a equipe a se concentrar em tarefas críticas do negócio, considerando a possibilidade de contratar profissionais por projetos para apoiar quando necessário.
4°: Comunicação transparente e incentivo ao bem estar - promova uma comunicação assertiva e segura, incentive ofertas de bem-estar na empresa e incentive a participação dos colaboradores em aulas e programas gratuitos que apoiam estilos de vida mais saudáveis.