Covid-19: Ministério da Saúde afirma que SP usou vacinas de 2ª dose como 1ª

Estado afirma ter enviado quantidade prevista e cobra mais doses do governo federal

Por Da Redação
Ás

Covid-19: Ministério da Saúde afirma que SP usou vacinas de 2ª dose como 1ª

Foto: Reprodução

Um novo imbróglio entre o governo de São Paulo e o Ministério da Saúde veio à tona, após a falta de vacina AstraZeneca nos postos da cidade de São Paulo. A prefeitura da capital paulista pediu ao governo estadual para receber novas remessas de doses. Mas o estado afirmou ter enviado a quantidade prevista, cobrando o Ministério da Saúde por mais doses e até ameaçando ir ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O governo federal tem dito desde o início da campanha de vacinação que as quantidades de doses prometidas podem mudar porque dependem da entrega pelas fabricantes, que estão envasando doses para vários países do mundo.

O Brasil compra vacinas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela AstraZeneca, do Instituto Butantan, que faz a CoronaVac, e da Pfizer.

A Fiocruz não recebeu as quantidades esperadas de novos lotes de Insumo Farmacêutico Ativo, vindos da China e necessários para fabricar a vacina da AstraZeneca. Isso teria prejudicado a previsão de envio do ministério aos estados.

Em nota, o Ministério da Saúde disse que "não deve segunda dose de vacina contra a covid-19 da AstraZeneca ao estado de São Paulo" e que foram utilizadas vacinas destinadas à segunda dose como se fossem para a primeira. "Até o momento, foram entregues ao estado 12,4 milhões de dose 1 e 9,2 milhões de dose 2 da AstraZeneca. Os 2,8 milhões de doses não foram enviados porque o prazo de intervalo entre a primeira e segunda dose só se dará no final do mês. Dados inseridos por São Paulo no Localiza SUS mostram que o estado utilizou como primeira dose vacinas destinadas à dose dois. O estado aplicou 13,99 milhões de doses 1 e 6,67 milhões de dose 2. O ministério reitera que as alterações nas recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) acarretam na falta de doses para completar o esquema vacinal na população brasileira. Por isso, o Ministério da Saúde alerta mais uma vez para que estados e municípios sigam o Plano Nacional de Operacionalização".

Em nota a um portal de notícias, o secretário-executivo de Saúde, Eduardo Ribeiro, responsável pela logística de vacinas no estado, afirma que São Paulo tem um calendário de vacinação próprio, modelado seguindo as complexidades de cada município, onde é baseado nas promessas de entrega do ministério, que costumeiramente sofre mudanças no combinado.

"O ponto de referência para definir o avanço da vacinação de primeira ou segunda dose é com base na informação oficial do Ministério da Saúde, publicada no site. Nós, então, programamos a vacinação considerando aquela quantidade. No mês seguinte, ele [ministério] corta 30% da perspectiva dos meses futuros, forçando os gestores a recalibrar. Neste momento [com a vacina da AstraZeneca], a queda foi de tal envergadura que não permitiu ao estado redirecionar a tempo. As doses são encaminhadas progressivamente, ninguém 'guarda' dose. Não tem diretriz do ministério de mandar mil doses, para aplicar 500 e guardar por três meses 500 doses. Mesmo porque a validade [das vacinas] não permite. É notória a dificuldade do produtor [Fiocruz] de honrar com compromisso e entendo que coloca o ministério em dificuldade. Não estamos para criar cavalo de batalha, buscamos solução. Na impossibilidade de enviar AstraZeneca, pedimos ao ministério que lance mão da possibilidade de usarmos Pfizer no procedimento de intercambialidade. O próprio ministério já lançou mão dessa iniciativa pela ocasião da vacinação das gestantes. Estamos em tratativas". 

Na noite desta sexta-feira (10), o governo oficializou essa medida. A Secretaria de Saúde de São Paulo anunciou que a população poderá tomar a segunda dose com a vacina da Pfizer, a partir da próxima semana. Mas só para quem estiver com a dose de AstraZeneca vencida entre os dias 1º e 15 de setembro.

Apesar do embate, o problema de falta de doses também o Rio de Janeiro, que informou que seu estoque de AstraZeneca para a capital fluminense está no fim.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br

Faça seu comentário

Nome é obrigatório
E-mail é obrigatório
E-mail inválido
Comentário é obrigatório
É necessário confirmar que leu e aceita os nossos Termos de Política e Privacidade para continuar.
Comentário enviado com sucesso!
Erro ao enviar comentário. Tente novamente mais tarde.