Covid-19: Recuperação do mercado de trabalho ainda é lenta no Brasil, diz Ipea

A análise trimestral da conjuntura econômica do país divulgada pelo  Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nessa segunda-feira (21), mostra que a recuperação do mercado de trabalho, que foi fortemente afetado pela pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, ainda é lenta. De acordo com o  diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Dimac /Ipea), José Ronaldo Souza Júnior, a perspectiva é que a taxa de desemprego aumente antes de começar a cair. 

O aumento deve ser registrado, principalmente, porque os trabalhadores que saíram da força de trabalho durante a pandemia devem retornar ao mercado à procura de nova colocação, tanto pelo relaxamento das medidas de isolamento social, quanto pelo fim do auxílio emergencial. “Para o ano que vem, devemos verificar aumento na taxa de desemprego por causa das pessoas que procuram trabalho. Mesmo com a recuperação no número de pessoas ocupadas, ainda assim podemos ter um aumento da taxa de desemprego”, disse o diretor.

Além disso, o  economista informou que com o fim do auxílio emergencial a tendência é de crescimento no número de empregos informais. “Com o tempo, as pessoas vão procurar de novo as atividades informais, em uma retomada do emprego informal até mais forte do que o formal, no ano que vem. Ainda assim, imagino que isso será insuficiente para atender a todos que devem voltar a procurar emprego. Tivemos uma queda repentina com a crise, que foi muito grande. É difícil conseguir diminuir a taxa de desemprego.”

Vacina

Ainda de acordo com José Ronaldo Souza Júnior, o cenário de retomada da economia está condicionado ao início da vacinação. “Certamente o ritmo de vacinação estará ligado ao sentido da retomada da economia, principalmente, no setor de serviços que dependerá muito desse ritmo e da eficácia da vacinação”, contou.