CPI: auditor do TCU descarta supernotificação de mortes por covid no país
O auditor reiterou que o discurso do presidente Bolsonaro foi "irresponsável" ao atribuir ao TCU esse documento
Foto: Agencia Senado
O auditor do Tribunal de Contas da União, Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques afirmou à CPI da Covid nesta terça-feira (17) que jamais afirmou que havia supernotificação de mortes por covid-19 no país. "Em nenhum momento falei que isso ocorreu, apenas estimulei o debate dentro do órgão em que trabalho". "Consideramos que seria impossível haver um conluio para supernotificar mortes por covid", reforçou.
Marques contou que enviou a seu pai apenas um resumo do texto que apontaria supernotificação de mortes por covid-19 no ano passado. "Fiz um levantamento com dados oficiais na internet, mas não cheguei a qualquer conclusão. Levei o assunto para o TCU e lá consideramos não ter ocorrido qualquer adulteração nos dados de óbitos".
No dia seguinte, Bolsonaro citou essas informações preliminares como um estudo oficial.
O auditor confirmou ainda que seu suposto estudo foi alterado após chegar às mãos do presidente Jair Bolsonaro. "Não tinha qualquer menção ao Tribunal de Contas da União. Mas o documento que circulou nas redes sociais era outro."
Ao ser questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) se houve falsificação após o documento chegar à Presidência, ele disse que sim, mas não atribuiu essa manipulação à Presidência.
O auditor reiterou que o discurso do presidente Bolsonaro foi "irresponsável" ao atribuir ao TCU esse documento.
"Não era um relatório do TCU, era apenas um resumo em word. O material foi usado indevidamente pelo fato de se atribuir ao Tribunal de Contas da União um arquivo que não era conclusivo", declarou.