CPI da Covid: “É preciso ter cuidado com a vida das pessoas", diz Otto Alencar sobre caso do Prevent Senior
O parlamentar comenta como o plano de saúde prestava atendimento aos assegurados com a Covid-19
Foto: Reprodução / Agência Brasil
O senador Otto Alencar (PSD-BA), membro da CPI da Covid, afirmou, nesta terça-feira (28), que a CPI chegou num ponto de investigação que não era o foco principal.
“Surgiu esta questão do plano de saúde lá de São Paulo, Prevent Senior, e a partir disso se observou que o atendimento prestado aos assegurados deixava a desejar, como foi comprovado em vários áudios, vídeos que nós temos, que pacientes recebiam o kit covid em casa pelo motoboy, sem receita, como se todos os pacientes acometidos pela doença tivessem as mesmas manifestações clínicas. E não é assim que funciona. A Covid-19 pode cursar em um doente assintomático, leve, moderado ou grave. Você não pode dar a mesma receita para pacientes com manifestações clínicas completamente distintas”, disse o parlamentar.
Segundo o senador, após tomar os remédios, esses pacientes se agravavam e procuravam o hospital, já necessitando ir para a UTI.
“Houve uma superlotação na estrutura que eles tinham que não dava suprimento para todos os pacientes”, informou.
Otto Alencar comentou ainda sobre “o caso emblemático, do senhor Tadeu Andrade”. De acordo com o senador, ele foi retirado da UTI ainda em condições de recuperação para uma enfermaria híbrida, para uma proposta de tratamento paliativo.
“Esse tratamento não foi realizado porque as filhas do paciente reagiram. Nós temos o vídeo, áudios, e-mails trocados. As filhas do senhor Tadeu não permitiram que isso acontecesse, e ele se recuperou. Tanto é que na própria conversa delas com um dos médicos, que foi muito consciente, confirmou que o paciente estava em fase de recuperação. Ele informou que a creatinina tinha diminuído um pouco, a ureia também, que ele está saturando melhor, então não tinha necessidade de paliar o paciente”, frisou.
O parlamentar ainda acrescentou: “Ele fez um vídeo mostrando que é preciso ter cuidado com a vida das pessoas, até porque num país que perdeu 600 mil pessoas quase, muitos que não tem consciência da perda, banalizaram a vida. O senhor Tadeu é um brasileiro que se salvou porque a família decidiu se insurgir contra o tratamento paliativo”, concluiu Otto Alencar.