Coronavírus

CPI da Covid ouve presidente de instituto que aproximou Davati e ministério

Coronel da reserva Helcio Bruno, que comanda o Força Brasil, obteve habeas corpus que permite que ele fique em silêncio

Por Da Redação
Ás

CPI da Covid ouve presidente de instituto que aproximou Davati e ministério

Foto: Reprodução / Senado

Será ouvido na CPI da Covid, do Senado Federal, nesta terça-feira (10), a partir das 9h30, mais um militar supostamente envolvido na negociação de vacinas com o Ministério da Saúde. O coronel da reserva da Aeronáutica Helcio Bruno de Almeida, presidente da ONG Instituto Força Brasil, teria aproximado integrantes da pasta com representantes da empresa Davati Medical Supply.

O coronel obteve na última segunda-feira (9) um habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal) que permite que ele fique em silêncio para não responder às perguntas que possam incriminá-lo.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão parlamentar de inquérito, solicitou o requerimento. Ele lembra que, em depoimento ao colegiado, representantes da Davati no Brasil disseram que o presidente do Instituto Força Brasil intermediou um encontro entre eles e o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Elcio Franco. Na ocasião, discutiu-se a compra de 400 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca.

O nome do militar foi citado pelo cabo Luiz Paulo Dominghetti, representante da empresa. O policial militar de Minas Gerais denunciou que, ao negociar a entrega dos imunizantes com o diretor de logística da pasta, Roberto Dias, foi avisado que seria necessário pagar US$ 1 por dose como propina.

A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada por Dominguetti na CPI da Covid em 1º de julho. O pedido teria ocorrido em um restaurante de Brasília em 25 de fevereiro de 2021.

O encontro promovido por Helcio Bruno no Ministério da Saúde teria ocorrido no dia 12 de março deste ano, com a participação do reverendo Amilton Gomes de Paula, da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), que depôs na última semana à CPI.

De acordo com Randolfe, a ONG, representada pelo depoente, também já estava sob análise na CPMI das Fake News. Em declarações recentes, o senador classificou o Instituto como "negacionista e bolsonarista" e disse que o Força Brasil divulgava notícias falsas contra integrantes da CPI.
 

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