CPI das Bets ouve novos depoimentos nesta semana
Serão ouvidos uma advogada e um ex-viciado em jogos de azar

Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
A CPI das Bets deve ouvir mais dois depoimentos nesta semana. A advogada Adélia de Jesus Soares, proprietária da Payflow Processadora de Pagamentos Ltda, será a primeira a ser ouvida, com depoimento marcado para esta terça-feira (18).
A convocação de Adélia se deu a partir de um requerimento da relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que solicita que a advogada preste esclarecimentos sobre seu indiciamento, pela Polícia Civil do Distrito Federal, pelos crimes de falsidade ideológica e associação criminosa.
“As investigações indicam que a referida advogada teria colaborado com uma organização estrangeira para estruturar e operar ilegalmente jogos de azar no território nacional, utilizando a empresa Payflow como fachada. Conforme apurado, a Payflow teria sido instrumentalizada para movimentações financeiras irregulares, com indícios de lavagem de dinheiro e transações realizadas em desacordo com as normas do Banco Central, mediante o uso de documentos inidôneos e mecanismos fraudulentos”, justifica Soraya.
Segundo a parlamentar, é apontado que a Payflow possui vínculo com outra sociedade sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, o que pode significar uma internacionalização das práticas ilícitas investigadas.
Segundo depoimento
Além do depoimento de Adélia, a CPI também ouve, na quinta-feira (20), o empresário e ex-apostador André Holanda Rodrigues Rolim. Segundo o requerimento apresentado pelo presidente da Comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR), o empresário seria um ludopada (viciado em jogos) em recuperação. Em seu testemunho, André deve falar sobre os riscos que as apostas podem trazer para a saúde mental e financeira das pessoas.
“A ludopatia, ou jogo patológico, representa crescente perigo no contexto das apostas esportivas, especialmente com a facilidade de acesso às plataformas on-line. Essa condição, reconhecida como um transtorno mental, pode levar a consequências devastadoras para a vida do indivíduo e seus familiares”, justifica o senador.
Para Dr. Hiran, a ausência de mecanismos de proteção aos consumidores — incluindo a implementação de limites para apostas, a promoção de campanhas de conscientização sobre os riscos do jogo e a oferta de suporte e tratamento aos indivíduos viciados em jogo — instigam o crescimento da dependência em jogos de azar on-line.