CPI indicia Vale e outros 22 responsáveis pelo rompimento da barragem de Brumadinho

Foi aprovado nesta terça-feira (5) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Brumadinho o relatório final sobre o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, pertencente à mineradora Vale, que ocorreu em janeiro deste ano.

Na decisão proferida, os 22 diretores e engenheiros da Vale e da empresa alemã Tüv Süd, responsável pelo laudo de estabilidade da barragem, foram indiciados, assim como suas respectivas empresas. 

O relator do inquérito, deputado Rogério Correia (PT-MG), afirmou que o rompimento da barragem foi um assassinato em massa, além dos danos socioambientais e econômicos causados, dos quais ainda são incalculáveis.

Os réus foram acusados de homicídio doloso, lesão corporal dolosa, poluição ambiental por rejeitos minerais com sérios danos à saúde humana e ao meio ambiente, além de destruição de área florestal considerada de preservação permanente.

 

A tragédia poderia ser evitada

Em comunicado a Agência Nacional de Mineração (ANM), informou que o caso poderia ter sido evitado se a mineradora vale tivesse avisado sobre a situação da barragem à ANM.

“Algumas informações fornecidas pela empresa Vale S.A. à ANM não condizem com as que constam nos documentos internos da mineradora. Se a ANM tivesse sido informada corretamente, poderia ter tomado medidas cautelares e cobrado ações emergenciais da empresa, o que poderia evitar o desastre”, descreve nota da agência reguladora.

Mesmo após nove meses do incidente, 18 pessoas ainda continuam desaparecidas e outras 252 morreram com o rompimento da barragem, que causou inundação de lama e rejeitos de minério de ferro.

O relatório aprovado nesta terça coincide com o mesmo dia em que o rompimento da barragem de Mariana, também em Minas Gerais, completou quatro anos.