CPI: Randolfe Rodrigues diz que espera Francisco Maximiano e anuncia que acareação está cancelada
Senador tem receio de que parlamentares usem a sessão para "mentir"

Foto: Agência Senado
O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse nesta terça-feira (17), em conversa com a imprensa no Congresso, que espera o empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, para depor na próxima quinta-feira (19). Segundo ele, o empresário tem duas opções: comparecer ao Senado normalmente ou ser conduzido através de uma determinação judicial.
O depoimento de Francisco Maximiano já foi adiado três vezes. A cúpula da comissão suspeita que ele faça parte de uma organização criminosa que pressionou servidores, falsificou documentos e tentou receber pagamentos antecipados em negociação para a venda de 20 milhões de doses da vacina Covaxin contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Na ocasião, Randolfe também falou sobre as informações obtidas com quebras de sigilos que motivaram o pedido de acareação entre o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).
O vice-presidente da CPI admitiu que o receio dos senadores é que Lorenzoni siga o exemplo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e use a sessão para "mentir". Ele afirmou ainda que, por esse motivo, a acareação está cancelada. “Nós temos dois parlamentares que virão para cá. Nós temos também o pressuposto que foi o depoimento de Ricardo Barros, que claramente mentiu em pelo menos três partes do depoimento. Ele mentiu mesmo tendo feito o comprometimento do Artigo 202 do Código de Processo Penal. Portanto, incorreu em crime de falso testemunho e por ser um parlamentar a CPI não teve a possibilidade de tomar nenhuma medida coercitiva em relação a esse abuso. Nós teríamos aqui amanhã dois parlamentares, mas acabamos julgando que a partir do ponto de vista da investigação ia ser pouco produtivo e por isso vamos trabalhar em cima dos documentos”, afirmou o senador.
“Nós vamos concluir a CPI com duas análises que nós consideramos fundamentais: os pontos soltos que restam sobre a questão da Precisa e o tráfico de influência que ocorreu no âmbito do Ministério da Saúde”, completou.