CPMI 8 de janeiro: Ex-diretor da PRF nega ter promovido blitz para reter eleitores
Em depoimento, Silvinei Vasques classificou a acusação como “a maior injustiça”
Foto: Câmara dos Deputados
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques negou nesta terça-feira (20), em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que a instituição tenha atuado politicamente no segundo turno das eleições presidenciais para favorecer o então candidato Jair Bolsonaro (PL), fazendo operações de fiscalização principalmente na região Nordeste, onde o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderava as pesquisas de intenção de voto.
Durante o depoimento, Vasques classificou a acusação como “a maior injustiça já realizada na história da PRF” e afirmou que, em 30 de outubro, data do segundo turno, a fiscalização foi menor no Nordeste do que em outras regiões. Ele acrescentou que, dos 618 pontos fiscalizados em todo o país, 310 corresponderam a locais onde Lula ganhou a eleição, e em 316, Bolsonaro foi o vencedor. Ele disse ainda que não houve registro de que alguém tenha deixado de votar por conta da fiscalização da PRF e somente cinco ônibus foram recolhidos em operações no Nordeste.
Houve divergências entre a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e Silvinei Vasques sobre o planejamento das operações da PRF durante as eleições. O ex-diretor reafirmou que não houve foco na região Nordeste. A relatora, por sua vez, citou pagamento de diárias e apreensão de veículos como parte da operação Transporte Seguro que mostrariam uma preferência pela região.
Com isso, Vasques afirmou que não tem conhecimento de qualquer investigação no âmbito da PRF sobre o fato e que não seria possível, em “nenhum órgão federal”, cometer um crime dessa magnitude sem que uma conversa de corredor tenha sido levantada. Para ele, a denúncia é fantasiosa e foi propagada a partir de “mentiras”.