Crédito evitou falência de micro e pequenas empresas durante pandemia, aponta pesquisa
Estudo aponta que empresas recorreram ao crédito e evitaram demissão em massa
Foto: Tania Rego/Agencia Brasil
Um levantamento do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do Banco do Nordeste, apontou que as micro e pequenas empresas que obtiveram crédito durante a pandemia de Covid-19 conseguiram contornar a crise econômica. A pesquisa indica que o valor fez frente à queda no faturamento que atingiu 52,3% das empresas.
A pesquisa apontou que 26,2% das pequenas e micro empresas tiveram que realizar a dispensa de pessoal para equilibrar contas na pandemia. No entanto, nenhuma das companhias consultadas e que receberam crédito precisou encerrar as atividades.
A coordenadora de estudos e pesquisas do Etene, Maria Inez Simões Sales, afirma que o crédito bancário formal ganhou muito mais importância durante o cenário de pandemia. Em 2020, no auge da primeira onda, a demanda pelo crédito para pessoa jurídica cresceu 21,8%, segundo dados do Banco Central.
“Em uma pesquisa anterior, realizada pelo BNB em 2019, cerca de 73% disseram que o crédito havia gerado impactos positivos para o empreendimento. Nessa pesquisa agora, 93% reconhecem a importância do crédito para manutenção do negócio. Então vemos uma forte demanda e consequente incremento das contratações devido às dificuldades”, disse a coordenadora.
Outra demonstração da importância do crédito foi que, mesmo com a queda das vendas, que atingiu 48,4% dos empreendimentos, e da redução de 39,5% da quantidade de clientes, 63,4% das empresas que recorreram a financiamentos não tiveram impactos negativos no patrimônio.
Soluções para manutenção dos negócios
Os dados divulgados pelo Etene apontam que cerca de 71% das empresas da pesquisa possuíam, na data da pesquisa, até 10 funcionários, sendo que 46,3% adotaram alguma medida governamental para manutenção de empregos. Já a redução da jornada de trabalho foi a solução mais adotada, por 31,9% das companhias.
Dos ouvidos, 34,3% afirmaram que o fechamento temporário foi, em média, de 41 dias sem atividade. Pouco mais de 17% fecharam mais de uma vez, somando uma média de 71 dias.
Apesar do cenário desfavorável para as micro e pequenas empresas, quase metade das empresas (49,5%) realizaram investimentos no período, voltados para máquinas e equipamentos.