Crianças e adolescentes foram mortas quatro vezes mais pela Polícia, na Bahia, do que a média nacional
Um terço das mortes de jovens entre 10 e 19 anos aconteceram em operações das forças de segurança
Foto: Reprodução/MarceloCamargo/ AgênciaCamargo
O assassinato de crianças e adolescentes baianas em ações das polícias é o destaque no Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, lançado pela Unicef e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Um terço das mortes de jovens entre 10 e 19 anos, na Bahia, segundo a pesquisa, aconteceram em operações das forças de segurança.
No ano passado foram 289 mortes, uma média de 13,9 a cada 100 mil habitantes. Enquanto isso, a média nacional foi de 3,1 - 4,4 vezes menor. Ao longo dos últimos dois anos, a Bahia registrou aumento de 19,4% no número de jovens mortos em intervenções policiais. Foram 242, em 2022, contra 298 registradas no ano passado.
No total, foram 531 vítimas, mais do que o registrado nos três estados mais populosos do Brasil:
São Paulo - 154
Minas Gerais - 42
Rio de Janeiro - 246
O Panorama da Violência pontua que a taxa de mortalidade por ações da polícia de pessoas com mais de 19 anos, foi de 2,8 a cada 100 mil, na faixa etária de 15 a 19 anos a taxa chegou a 6 por 100 mil adolescentes neste grupo etário”, pontua. Ou seja, a taxa de letalidade na faixa etária de 15 a 19 anos é 113,9% maior do que a verificada entre adultos, no país.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou, em julho, que a Bahia lidera o ranking de mortes em decorrência de ações policiais pelo segundo ano consecutivo.