Criar novas habilidades e definir rotinas são meios de evitar problemas de saúde mental durante pandemia
Estresse, ansiedade e depressão são os mais comuns
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A pandemia do novo coronavírus causou mudanças significativas para o dia a dia da maioria dos brasileiros. O isolamento social, o trabalho 'home office' e a monotonia forçada são alguns dos fatores que fizeram disparar os números de pessoas com problemas de saúde mental no país. Os casos mais comuns são a depressão, o estresse, ansiedade e o desenvolvimento de fobias, é o que diz a psicóloga e psicanalista Adrielle Lordelo.
Uma análise da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) detalhou que os casos de depressão quase dobraram entre março e abril, indo de 4,2% a 8%. Os números referentes às pessoas estressadas pularam de 6,9% para 9,7%, enquanto os relatos de ansiedade evoluíram de 8,7% para 14,9%. A pesquisa realizada com 1.460 participantes de 23 estados brasileiros.
Para a psicóloga, esses avanços acontecem por conta do choque que a pandemia causou nas pessoas. Alterar a rotina de forma repentina, enquanto ninguém estava preparado psicologicamente para tais mudanças, foram fatores que acentuaram os problemas de saúde mental.
"A pessoa trabalha, estuda e de repente tem que deixar de fazer essas coisas. Então com a tristeza, esse estresse gerado cria sintomas pesados. Ela não consegue se movimentar, não tem ânimo, e em casos mais graves é necessário o encaminhamento para um tratamento psiquiátrico", diz Adrielle.
Apesar disto, a profissional orienta que as estratégias emocionais, usadas de forma correta, podem também ajudar a cada indivíduo se conhecer mais e conhecer suas necessidades, tentando assim reduzir os sintomas e passar pela pandemia de forma mais leve.
"Sem a pandemia nós olhávamos mais para fora. Em casa, é possível ter um momento de reflexão, de olhar pra dentro de si, se conhecer e se entender melhor", diz ela, que orienta o uso desse período interno para se reinventar em meio aos problemas.
Praticar exercícios físicos ajudam a aliviar o estresse (Divulgação/Shutterstock)
"Temos que aprender a lidar. É importante estabelecer uma rotina diária, uma rotina para toda a família, e cumprir aquelas tarefas. Praticar mais exercícios, que são atividades que aliviam o estresse. Desenvolver novas aptidões, como aprender a tocar violão. E manter o contato social através das ferramentas virtuais", pontuou.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma organização que realiza apoio emocional e ajuda na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Para os interessados, que estejam se sentido tristes, deprimidos e precisam conversar, desabafar e não se sentem confortáveis em comunicar a família e amigos, basta entrar em contato com o número 188, ou através do chat online no site da CVV.