Crise da CSN: Prefeitura não usa ônibus novos disponíveis
Custo com medidas sanitárias pode piorar a crise
Foto: Reprodução
Na primeira semana da intervenção na empresa CSN a administração da prefeitura, com o apoio de especialistas das empresas concessionárias Ótima e Plataforma nas áreas de Operação e manutenção de ônibus, após o acidente com um dos veículos que pôs em circulação, verificado na última terça-feira optou por redistribuir temporariamente variadas linhas da empresa para as concorrentes, ao argumento de que a CSN não tem a quantidade suficiente de ônibus em bom estado para atender a demanda de passageiros.
Porém, a decisão foi tomada em um momento que é público que a empresa dispõe de mais de 100 veículos novos em suas garagens, prontos para serem utilizados nos serviços de transporte, comprados sob exigência da prefeitura de Salvador que se comprometeu com a população de ter a frota de ônibus da cidade com pelo menos 300 ônibus até julho.
Sem o uso dos ônibus novos e a população sendo atendida por ônibus antigos vindos das outras duas empresas, tudo indica que os mesmos poderão ser devolvidos e, provavelmente, ocorrerá a redução definitiva da área de operação da CSN. A preocupação seria a ociosidade de grande número de empregados, cuja manutenção dos postos de trabalho foi assegurada pelo Prefeito Municipal quando decretada a intervenção.
Esta redistribuição inicial ou provisória das linhas parece ser um indicativo de que a CSN, após o final da intervenção não retomará as atividades da concessão ou terá reduzida a sua área de operação. O processo de intervenção , como já noticiado , está previsto para durar seis meses, findo o qual o interventor Antonio Almir Melo, que também acumula a função de Presidente da ARSAl , órgão que fiscaliza e regula as concessões municipais, fará um relatório indicando o destino da concessão, podendo ser necessária a realização de uma nova licitação, caso o contrato seja declarado extinto.
Enquanto isso, segue na Justiça Estadual o pedido de rescisão contratual feito pela CSN baseado em descumprimento contratual do Município por não ter procedido tempestivamente ao reequilíbrio econômico financeiro da concessão fato que, segundo afirma, conduziu a empresa até as dificuldades financeiras que atualmente enfrenta.
O setor de transporte urbano passa por uma séria crise em todo o País, com muitas empresas em dificuldade, algumas delas já falidas ou em recuperação judicial, existindo cidades, como São Paulo, que foram forçadas a aumentar o volume de subsídios que pagam para manutenção do serviço, a fim de manter o funcionamento deste. O Farol apurou que, neste momento, estão sendo discutidas no plano nacional do transporte, variadas saídas para a solução deste problema que afeta a população, sobretudo a mais carentes. Muitas das soluções pensadas esbarram nas regras constitucionais que estabelecem a competência exclusiva dos Municípios na gestão do problema, somente restando a estes a obtenção de recursos federais para a utilização nos sistemas de transporte. O Farol apurou ainda, que o setor de transporte vive a expectativa das medidas sanitárias e protocolos de atuação a serem adotados quando da retomada integral das atividades, as quais poderão aumentar ainda mais os custos do transporte piorando a crise que já enfrenta.
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