Crise no turismo deixa a Itália “à beira do colapso”
Comissão Europeia prepara ‘medidas de apoio’
Foto: Reprodução/G1
A porta-voz da associação hoteleira da região italiana Friul-Veneza Júlia, Paola Schneider, afirmou que a situação do setor do turismo no país está “à beira do colapso”.
Os dados mais recentes indicam que naquela região 80% das reservas turísticas nas cidades e 95% nas montanhas já foram canceladas. O impacto desta quebra é ainda imensurável.
O setor do turismo representa 12% da economia italiana (ou 146 mil milhões de euros por ano). As autoridades de Veneza cancelaram as festividades do Carnaval e o Governo italiano mantém 11 pequenas vilas fechadas na região da Lombardia. Para piorar a situação – tanto na Itália como à escala global – diminuíram as reservas de turistas chineses para o exterior, que, em 2018, representaram receitas de 255 mil milhões de euros, segundo a Organização Mundial do Turismo.
Apesar do cenário de crise, a Câmara de Milão procura acelerar o retorno à normalidade, e ontem ordenou a reabertura dos bares e discotecas que estavam obrigados a encerrar às 18h00. A autarquia vai agora pedir ao Governo italiano que também os museus e principais pontos turísticos da cidade sejam gradualmente reabertos.
Entidades internacionais apoiam
O comissário europeu da Indústria, Thierry Breton, confirmou que Bruxelas está preparando “medidas de apoio” para os setores económicos afetados pelo coronavírus, caso seja necessário. O responsável europeu não adiantou pormenores, mas se espera que, tendo em conta o atual panorama, a Itália venha a receber ajuda comunitária, quando se coloca o cenário de nova situação de recessão no país.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial anunciaram que estão preparando programas de financiamento imediato que podem ser utilizados pelos países que tenham dificuldades em enfrentar o coronavírus.
“Temos instrumentos rápidos, de facilidade de crédito rápido para apoiar os países”, afirmou Gerry Rice. As duas instituições, têm previstas reuniões para abril, mas ainda não confirmaram se as mesmas se vão, de facto, realizar.