Damares Alves defende fortalecimento de ONGs que atuam para proteger crianças e adolescentes
Ministra participou de um ato em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
Foto: Agência Brasil
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu nesta terça-feira (18), o fortalecimento de organizações não governamentais (ONGs) que atuam para proteger crianças e adolescentes. “As instituições do terceiro setor que fazem um trabalho sério lá na ponta precisam ser fortalecidas”, disse a ministra.
As declarações da ministra foram dadas em Vitória (ES), durante um ato em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O evento, que foi realizado com o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância de toda a sociedade proteger as crianças e adolescentes, ocorreu em um lugar simbólico: o Viaduto Aracelli Cabreira Crespo, na Avenida Dante Michelini.
Araceli tinha 8 anos quando desapareceu, em 18 de maio de 1973. O corpo dela foi encontrado dias depois, desfigurado, em um matagal. Na época, a Polícia Civil afirmou que a menina tinha sido raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada. Até hoje, o crime continua envolto em mistério, mas se tornou um dos mais emblemáticos casos de violência contra crianças no país.
Já a avenida foi batizada em homenagem a um antepassado de dois dos principais suspeitos pela morte de Aracelli, Dante de Barros Michelini, o Dantinho, e seu pai, Dante de Brito Michelini. Ambos sempre negaram as acusações. “Este viaduto, para nós, é muito significativo. O Brasil inteiro, hoje, está falando de Aracelli, pois o 18 de maio significa justiça não só por Aracelli, mas por todas as crianças vitimadas, assassinadas, violentadas”, declarou a ministra.
Denúncias
De acordo com a pasta, entre 1º de janeiro e 12 de maio deste ano, o Disque 100 recebeu mais de 6 mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes de todo o país. Além disso, estima-se que, no país, a cada 20 minutos uma criança ou adolescente seja alvo de abusos sexuais. Segundo a ministra, os dados mais recentes podem não representar a real dimensão do problema, pois a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, pode ter interferido nas denúncias.
"Quem mais denuncia a violência contra crianças é a escola, a creche. [Com a suspensão das aulas presenciais] Houve uma diminuição [das denúncias]. Agora, estamos preocupados com a pós-pandemia. Que crianças vamos receber nas escolas e creches? O que aconteceu que ficou no silêncio, dentro de casa? Estamos esperando este olhar dos educadores e cuidadores para identificar o tamanho desta violência na pandemia", disse.