Declarações antigas de Tebet mostram que senadora apoiava instauração de voto impresso
Pré-candidata agora se diz contrária à medida defendida por Bolsonaro para eleições de outubro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Crítica do governo Jair Bolsonaro (PT) e pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet atualmente adota um posicionamento contra a instauração do voto impresso auditável, defendido pelo atual chefe do Executivo. Declarações antigas, no entanto, mostram que a senadora nem sempre se posicionou desta forma.
Em 2018, o Congresso Nacional decidiu, por 368 votos de deputados e 56 de senadores, derrubar um veto da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a um trecho da reforma política que previa a impressão dos votos. À época, a então chefe do Executivo explicou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia previsto que a medida geraria um impacto de R$ 1,8 bilhão com despesas de compra de equipamentos e custeio das eleições.
Simone Tebet, já atuando como senadora, foi uma das congressistas a defender a derrubada do veto. "Será que o meu voto depositado lá, após processado, se concretiza? Então para que a gente tire essa dúvida, dê tranquilidade ao eleitor de que ele possa saber que a partir de 2016 e 2018, ele vai votar e ele vai ter comprovação saindo ali com o nome dos candidatos que ele escolheu, nós optamos por derrubar o veto da presidente Dilma", afirmou em entrevista à época.
Em audiência no Senado Federal, em março de 2018, Tebet afirmou ainda que "a sociedade tem dúvida" acerca dos resultados e que, em razão disto, era "preciso haver mais transparência".
"Mas a realidade é a seguinte: a sociedade tem dúvida, principalmente quando a diferença é de poucos votos, como nas eleições para vereadores e prefeitos. Se a sociedade tem dúvida, é óbvio que é preciso haver mais transparência. Por conta disso, sabendo que a população tem dúvida, é preciso resolver essa questão", ressaltou a senadora.
Em 2021, entretanto, Tebet demonstrou um posicionamento diferente sobre o tema. Após o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Neto, defender a implementação do voto impresso e ser acusado de ter "condicionado" a realização das eleições deste ano, a senadora afirmou que as Forças Armadas estariam fazendo o "lançamento de instituições democráticas umas contra as outras".
"Fake ou fato, desmentido ou não, lançamento de instituições democráticas umas contra as outras tem sido recorrente. Assim morrem as democracias. É papel das Forças Armadas garantir instituições fortes, independentes e harmônicas. Assim é que as democracias se fortalecem”, afirmou em entrevista ao Correio Braziliense no último ano.