Defendida por Lula, ditadura venezuelana executou milhares e deixou país na pobreza
Presidente afirmou que país vizinho é 'vítima de uma narrativa de antidemocracia e autoritarismo'
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Defendida pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ditadura venezuelana executou milhares de opositores e deixou o país na pobreza, com milhões de pessoas passando fome e outras milhões se refugiando em outros países.
Na segunda (29), Lula afirmou que a Venezuela é "vítima de uma narrativa de antidemocracia e autoritarismo". A declaração foi feita ao lado do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que visitou o Brasil.
“Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa para destruir o meu potencial inimigo. Você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, de antidemocracia e do autoritarismo”, disse Lula se dirigindo a Maduro.
Questões humanitárias
De acordo com a Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados, desde 2015, 7 milhões de venezuelanos deixaram o país. Isso representa um quarto da população, que era de cerca de 28 milhões.
Além disso, entre os habitantes que permaneceram na Venezuela, 6,5 milhões passam fome. Entre as crianças, 4,1% sofrem de desnutrição aguda.
Direitos Humanos
Já de acordo com dados da Human Rights Watch (HRW), entidade global que monitora o cumprimento dos Direitos Humanos em todo o mundo, entre 2016 e 2019 foram 19 mil execuções extrajudiciais.
São consideradas nesta categoria as mortes pelo governo que não passaram por trâmites judiciais e que são vistas pela HRW como assassinatos.
Além disso, desde 2014, a Venezuela registrou 15 mil prisões arbitrárias, quando pessoas são detidas de maneira ilegal e sem justificativa pautada na Constituição.
Maduro também cassou os direitos políticos - para impedir a candidatura - de diversos opositores, entre eles Juan Guaidó, que obteve destaque a apoio de boa parte da população em 2019, ao lutar para destituir atual mandatário do cargo.