Defesa de Bolsonaro alega que encontro com embaixadores não teve viés eleitoral
Advogados atestam "debate de ideias" e negam discurso antidemocrático

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A defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira, 28, que o encontro dele com embaixadores no Palácio da Alvorada, no último dia 18, não teve caráter eleitoral e que as investidas do presidente contra as urnas eletrônicas fizeram parte de um "debate de ideias".
"Não há nos autos qualquer indício – e sequer alegação nesse sentido – de que o discurso tenha buscado angariar votos, prejudicar eventuais pré-candidatos concorrentes ou tentado influir, de qualquer forma, na escolha dos cidadãos no pleito de 2022. Não há, sequer em tese, qualquer tipo de lesão à igualdade entre os candidatos nas eleições gerais de 2022, que é a principiologia subjacente à punição por propaganda eleitoral extemporânea. Trata-se, à evidência, de indiferentes eleitorais", completa.
Os advogados de Bolsonaro disseram ainda que é legitimo que ele coloque as suas dúvidas sobre o sistema e que isso não significa ir de encontro a democracia. A defesa também negou qualquer resquício de propaganda eleitoral antecipada no discurso do presidente.
A reunião
Durante o encontro com embaixadores, o presidente Jair Bolsonaro questionou a segurança das urnas eletrônicas inúmeras vezes. Sem provas, ele afirmou que as eleições de 2018 tiveram fraude e que as de 2020 nem sequer deveriam ter acontecido sem mais investigações sobre isso.
Bolsonaro também disparou investidas contra o Supremo Tribunal Federal e contra ministros diretamente, como Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso.