Defesa de Bolsonaro nega plano golpista e rebate tese de 'demover'
Advogado Paulo Bueno afirmou que ex-presidente “jamais teve intuito golpista” durante julgamento no Supremo, após colega dizer que general tentou demovê-lo de medidas de exceção

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O advogado Paulo Bueno, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quarta-feira (3) que o cliente “jamais teve qualquer intuito golpista”. A declaração ocorreu durante o segundo dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama de golpe de Estado investigada após os atos de 8 de janeiro.
A resposta foi dada após questionamentos sobre a fala do advogado Andrew Farias, que defende o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira. Durante a sessão, Farias declarou que o general tentou “demover Bolsonaro de qualquer medida” de exceção. A ministra Cármen Lúcia chegou a perguntar diretamente à defesa de Paulo Sérgio o que significava essa tentativa, e o advogado respondeu que o general buscava evitar adesão de autoridades militares a manifestações contra o resultado das eleições.
Paulo Bueno, por sua vez, disse que não acompanha a linha de defesa dos outros réus e reforçou que Bolsonaro não participou de qualquer ação para subverter a democracia. “O presidente jamais teve qualquer intuito golpista. Os fatos que são colocados a ele são completamente fora das acusações dos tipos penais imputados. Não praticou qualquer ato de violência ou grave ameaça que visasse o golpe de Estado ou a abolição do Estado Democrático de Direito. Essa acusação não deveria existir”, afirmou.
O julgamento no STF envolve oito réus do chamado núcleo central, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsável por discutir medidas para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de 2022 e início de 2023. A previsão é de que a votação dos ministros comece na próxima terça-feira (9), após o encerramento das sustentações orais das defesas.