Defesa de Bolsonaro questiona imparcialidade de Zanin para julgar recurso no STF
Ministro é relator da ação do ex-presidente para reverter decreto de inelegibilidade
Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou, na quinta-feira (18), a imparcialidade do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, para julgar o recurso apresentado contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que deixou Bolsonaro inelegível pela primeira vez, por causa da reunião com embaixadores do Palácio da Alvoradas, em 2022.
Antes de ser escolhido para vestir a toga, Zanin foi advogado da Coligação Brasil Esperança, que inclui o PT. Ele mesmo assina a petição inicial do processo que pede a inelegibilidade de Bolsonaro no caso da reunião com os embaixadores.
Os advogados de Bolsonaro argumentam que a parcialidade seria por questões profissionais, e não ideológicas. “Não se está a questionar, na espécie, a imparcialidade do relator para julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro por questões ideológicas, mas, especificamente, em razão de sua anterior atuação profissional”, diz o pedido apresentado.
Outro motivo apontado é o vínculo do ministro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Muito se noticiou na mídia acerca da relação de amizade do relator com o atual presidente da república, íntima e longeva, revelada pelo próprio presidente Lula, por ocasião de sua indicação à cadeira no Supremo Tribunal Federal, que poderia fazer incidir o disposto no art. 145, I, do Código de Processo Civil.”