Delação premiada de Sérgio Cabral é assinada
A delação só terá validade caso seja homologada pelo STF

Foto: Agência Brasil
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e a Polícia Federal, fecharam um acordo de delação premiada, que pode render a devolução de R$ 380 milhões da propina recebida por ele nos últimos anos. O material já foi enviado para homologação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. A delação, porém, só terá validade caso seja homologada pelo STF.
O acordo que chegou ao Supremo no início de novembro, foi assinado pela Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF. A Policia Federal pediu que a delação fosse distribuída ao ministro Fachin, que logo em seguida pediu uma manifestação do procurador-geral da República, Augusto Aras, sobre o material.
Aras, em sua manifestação, disse que Cabral escondeu e protegeu informações sobre pessoas, durante a negociação do acordo com a Lava-Jato do Rio. Aras também falou que o ex-governador é um dos líder da organização criminosa montada no governo do Rio, e, portanto, não poderia se beneficiar de um acordo de colaboração. Diz, ainda, que o acordo da PF com Cabral está fora dos requisitos legais.
Cabral citou durante o período que depôs para a PF, vários políticos envolvidos no esquema de corrupção montado em seus governos no Rio. Cabral também narra nos depoimentos sua relação com ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e com o processo de indicação deles aos seus atuais cargos. Por esse motivo a delação precisa ser homologada no STF, já que esses ministros possuem foro privilegiado perante a Suprema Corte. Os nomes delatados são mantidos sob sigilo.