Delator de esquema de corrupção da Ultrafarma afirma que a empresa sonegava 60% do que vendia
A informação foi dita Manoel Conde Neto, ex-dono da rede de farmácias Farma Conde, durante delação premiada

Foto: Manoel Conde Neto, ex-dono da rede de farmácias Farma Conde . Crédito: Farma Conde
O delator do esquema de corrupção envolvendo a Ultrafarma afirmou que a empresa sonegava 60% do que vendia. Segundo informações da deleção premiada de 2017 de Manoel Conde Neto, ex-dono da rede de farmácias Farma Conde, os preços dos produtos vendidos pela farmácia eram inexplicáveis.
“Até o ano passado, ela [a Ultrafarma] vendia o produto num preço que é inexplicável. E é inexplicável o Fisco não ir lá fechá-la também. Porque nós, mesmo sonegando, e eu sonegava 10% do que vendia. Eles sonegavam 60% do que vendia e tava na cara que a sonegação lá era e é até hoje muito grande”, disse Manoel.
Em junho o empresário da Ultrafarma, Sydney Oliveira, confessou a fraude fiscal citada pelo delator e chegou a pagar R$ 32 milhões para não ser processado. Na época, o empresário foi defendido ex-promotor Fernando Capez.
De acordo com a investigação mais recente do Ministério Púbico de São Paulo (MPSP), sobre esquema bilionário de corrupção que tem o envolvimento de Sydney e de Mário Otávio Gomes, dono da Fast Shop, o advogado teve os honorários pagos pela empresa Smart Tax ligada ao auditor Artur Gomes da Silva Neto, apontado como chefe do esquema.
Artur orientava empresas sobre como pedir restituição de créditos do ICMS, acelerava processo e aprovava os próprios pedidos. Ele atuava ainda como consultor tributário das empresas, controlando todas as etapas do processo até a liberação de valores. Em troca, cobrava até 40 % de comissão e garantia risco zero de fiscalização.
O auditor, que trabalhava na fiscalização da Fazenda, chegou a receber R$ 1 bilhão com o esquema, de acordo com investigações.