Delegação russa vencedora do Nobel da Paz critica proposta de paz do governo brasileiro
Representantes das instituições Memorial e Prêmio Nobel da Paz rejeitam acordo de paz sem pré-condições
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Uma delegação de dois representantes de instituições russas que ganharam o Prêmio Nobel da Paz e um analista visitaram o Brasil para explicar a situação na Rússia e por que a proposta de paz do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como está atualmente formulada, não pode prosperar.
Eles rejeitam a ideia de um acordo de paz sem pré-condições, ou seja, sem exigir que a Rússia retire suas tropas da Ucrânia ou que os crimes de guerra cometidos por russos sejam julgados e punidos.
A delegação critica a ideia de que ambos os lados têm responsabilidade e argumenta que as evidências devem ser apresentadas para demonstrar que a Ucrânia provocou, iniciou ou queria essa guerra.
Segundo eles, é importante que um país grande como o Brasil diga que não está feliz com a guerra.
Os representantes também compartilham as dificuldades enfrentadas pelas instituições russas devido à censura e à intensificação da censura desde a invasão da Ucrânia.
Pavel Andreev, que faz parte do conselho da organização de direitos humanos Memorial, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2022, e Konstantin Eggert, jornalista e analista russo, compartilharam suas opiniões sobre a situação, destacando que os direitos humanos devem ser um argumento importante para o Brasil nessa situação.
Eggert acredita que nenhuma mediação funcionará por enquanto, já que nenhum dos lados aceitará. Ele também elogiou o voto do Brasil na ONU pela condenação da Rússia, mas sugeriu que, como membro fundador das Nações Unidas, o Brasil deve entender o sofrimento da Ucrânia e que é vítima de agressão não provocada.