Deltan critica fim da Lava-Jato: 'tinha cerca de 400 investigações em andamento'
Pré-candidato a deputado federal também falava sobre atuação do STF
Foto: Agência Brasil
O ex-procurador Deltan Dallagnol gravou um vídeo, na última quinta-feira (3), para falar sobre o fim da força-tarefa da Lava-Jato, que completou um ano, e sobre suas ideias no combate à corrupção. Atualmente, ele é pré-candidato a deputado federal pelo Podemos.“A força-tarefa ainda tinha 400 investigações em andamento, que apuravam crimes gravíssimos e multimilionários de corrupção. A extinção da força-tarefa atrapalhou esses trabalhos”, disse Dallagnol.
Fazendo críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-procurador afirma que, em 2021, a Polícia Federal fez "o menor número de prisões por corrupção nos últimos 14 anos". Segundo ele, a falta de um grupo de procuradores que combate a corrupção tem o mesmo efeito da "ausência de policiais nas favelas" e permite a ocorrência de crimes.
A força-tarefa da Lava-Jato foi extinta por ordem do procurador-geral da República, Augusto Aras, no ano passado. A ação juntava procuradores de outras unidades do Ministério Público Federal (MPF) e permitia acesso mais rápido a informações da Receita e de outros órgãos. Apesar de não existir mais o grupo, as investigações não foram extintas.
No vídeo, Dallagnol também critica a atuação do STF: “Além de não punir praticamente ninguém na Lava Jato, está anulando as condenações, como um juiz que, no final do jogo, muda as regras”, disse.