Demanda por 2ª dose da AstraZeneca pode reduzir ritmo da vacinação no Brasil a partir de julho

Números apontam que situação só deve melhorar a partir de meados de agosto

Por Da Redação
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Demanda por 2ª dose da AstraZeneca pode reduzir ritmo da vacinação no Brasil a partir de julho

Foto: Reprodução/Tudo Celular

Nos primeiros 24 dias de junho, o Brasil registrou uma média de 1 milhão de pessoas vacinadas contra a Covid-19 por dia. Em julho, no entanto, a tendência aponta para um crescimento na demanda pela segunda dose dos imunizantes, especialmente o da AstraZeneca, e não há previsão de o Brasil receber um volume de doses suficiente para manter o mesmo ritmo acelerado visto no mês atual. A análise foi feita pelo analista de dados Apolinário Passos, de acordo com as tabelas de distribuição de vacinas divulgadas pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o prognóstico, considerando que o Ministério da Saúde distribuiu 46,6 milhões de doses de AstraZeneca à primeira aplicação do começo da campanha de vacinação até o dia 20 de junho, data da última atualização de dados usada no levantamento, seria preciso distribuir quantidade similar de imunizantes para segunda dose até o fim de setembro.

Porém, ainda faltam ser entregues 21,3 milhões de doses de AstraZeneca com essa finalidade para não haver déficit. Ou seja, de todas as vacinas AstraZeneca a serem recebidas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) até setembro, ao menos 53% devem ser destinadas à segunda dose de quem recebeu a primeira até 20 de junho. A análise considera distribuição, não quantidade de vacina aplicada na população. 

Com isso, a tendência é de recuo na média alta de vacinação em primeira dose para suprir a demanda de segundas doses de AstraZeneca. Não há previsão de quantidade equivalente de doses de outros laboratórios à quantidade recordista de doses da vacina de Oxford que foram aplicadas em junho. Embora o cenário pareça ser assustador, há possibilidade da situação melhorar a partir de agosto.

Neste mês e em Setembro, o Ministério da Saúde espera receber cerca de 130 milhões de doses de vacinas de todos os laboratórios, incluindo a vacina da AstraZeneca. O volume alto pode elevar o ritmo de vacinação em primeira dose sem atrasar o fechamento do esquema vacinal desses meses. Há ainda a possibilidade de aumentar o período entre doses para manter o ritmo.

No entanto, os especialistas acreditam que é uma opção arriscada para resolver o eventual problema. "Temos que perseguir o prazo da segunda dose conforme foi estudado e pesquisado nos ensaios clínicos. Não é recomendável estender sob o risco de termos problemas. Esse atraso da segunda dose já foi ventilado, mas não está sendo considerado plausível em nenhum lugar do mundo.", diz Tiago Feitosa de Oliveira, médico Sanitarista e professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

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