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Bahia

'Democracia segue fragilizada com crime sem solução', diz ministra sobre morte de Marielle

Irmã da ex-vereadora afirma que ainda tem esperança de descobrir mandate do crime

Por Da Redação
Ás

'Democracia segue fragilizada com crime sem solução', diz ministra sobre morte de Marielle

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou nesta segunda-feira (24) que a democracia vai seguir fragilizada enquanto não descobrirem os responsáveis pelo assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

“Enquanto a gente não combater a violência política neste país, enquanto a gente não souber quem mandou matar Marielle, a nossa democracia segue fragilizada”, destacou a ministra, irmã da ex-vereadora, em entrevista ao Metrópoles. 

A ministra destacou que ainda acredita, assim como toda a família, que um dia vai descobrir quem são os mandantes do assassinato da irmã.

“A gente, na família, segue tendo esperança de descobrir, em algum momento, quem mandou matar Marielle Franco e Anderson e o porquê. A gente sabe que a Mari representava muitas lutas, uma pluralização de lutas naquele corpo”, afirmou Anielle.

​​​​​​Mais cedo, à GloboNews, a ministra da Igualdade Racial disse que as novas revelações do caso Marielle representam um passo importante no assunto, mas que não tem o sentimento de que o caso esteja encerrado.

"A gente tem o sentimento de que a gente não pode parar de lutar e, enquanto família, espero que a gente dê alguns passos em principalmente entender por que a minha irmã? E quando a gente não sabe essa resposta, quer dizer que qualquer mulher negra hoje que esteja no poder, ou que coloque o seu corpo nesse lugar de luta, também podem vir a ser uma vítima dessa violência política", disse, aos prantos.

Novas revelações do caso Marielle 

O ex-policial militar Élcio de Queiroz admitiu, em delação premiada, a participação dele, do ex-policial Ronnie Lessa e do ex-bombeiro Maxwell Simões na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A informação foi divulgada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, nesta segunda-feira (24), em coletiva de imprensa.

Ao lado do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e do diretor do Sistema Penitenciário Federal substituto, Renato Vaz, Dino explicou que Élcio confessou a participação no assassinato e detalhou a ação criminosa.

Élcio confirmou que ele foi o responsável por dirigir o carro usado no ataque e que Ronnie foi quem fez os disparos de submetralhadora contra Marielle. O ex-bombeiro, preso nesta segunda, também teria participação no crime. 

“Tivemos uma delação, uma colaboração premiada, do senhor Élcio Queiroz – como todos os senhores sabem, há alguns anos essa investigação gira em torno desses dois personagens: Ronnie e Élcio. Nessa delação, o senhor Élcio revelou a participação de um terceiro indivíduo, que é o Maxwell, e confirmou a participação dele mesmo e do Ronnie Lessa”, afirmou o ministro, em coletiva de imprensa.

Segundo Dino, o depoimento conclui esta fase da investigação, “com a confirmação de tudo o que aconteceu na execução do crime”. No entanto, segundo o ministro há, “sem dúvidas, a participação de outras pessoas”.

Sendo assim, apenas parte do crime foi desvendado. Os mandantes e a motivação dos assassinatos, ocorridos em 14 de março de 2018, seguem desconhecidos.  

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