Economia

Depois de crescimento durante a pandemia, PIB da área de construção é freado

Terceiro trimestre tem perda significativa em comparação aos outros deste ano

Por Da Redação
Ás

Depois de crescimento durante a pandemia, PIB da área de construção é freado

Foto: Freepik

A crescente onda do home office durante a pandemia teve um papel importante para a construção civil. Com a necessidade de aperfeiçoamento dos lares encarada por muitos brasileiros durante o isolamento social. O fim desse ciclo de reformas, foi decisivo para a retração do setor no terceiro trimestre.

Entre julho e setembro, o PIB (Produto Interno Bruto) da construção diminuiu 4,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, a primeira baixa em 11 trimestres. De acordo com o IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística), houve também queda de 3,5% em relação aos três meses anteriores.

Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), afirma que o movimento negativo tem origem na busca das famílias por pequenas obras e reparos residenciais. 

“Depois daquele ‘boom’ de reformas observado em 2020 e 2021 em função do home office e da necessidade de adequação das residências pelas questões sanitárias, agora há um movimento contrário”, explica ela.

A economista Ieda Vasconcelos, da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), também classifica o fim do ciclo de reparos domésticos como determinante para a recente perda de fôlego do setor, que figura em nível 14% superior ao período pré-pandemia, mas ainda 21% abaixo do pico de atividade, apurado em 2014.

"Nós tivemos o fim do ciclo de pequenas obras e reformas, que se iniciou com a pandemia, em virtude de as famílias irem para dentro de casa e preferirem aumentar seus espaços e melhorar seus ambientes", analisa Ieda ao observar a desaceleração desde meados do ano passado.

Outro dado que evidencia a perda do setor após a redução do volume de reformas envolve os resultados do comércio de materiais, que teve um ciclo positivo no acumulado de 12 meses entre junho de 2020 e fevereiro de 2022. De lá para cá, a atividade opera no campo negativo e tem queda de 5% até setembro.

"Estávamos ainda na pandemia quando foi iniciado um consumo alto [de materiais para construção], quando você tinha as pessoas em casa, precisando fazer adaptações nas suas residências, muitas vezes com o uso de recursos do Auxílio Brasil para isso", recorda Renato Correia, presidente da CBIC.

Com a tendência de queda, a CBIC projeta uma contração de 0,5% da construção civil neste ano. Para o ano que vem, a expectativa é positiva e dá sinais de um crescimento de 1,3% do setor. Mais otimista, o Sinduscon-SP (Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo), estima avanços de 1,2% e 2,9%, respectivamente.

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