Deputados federais baianos receberam quase R$ 100 milhões em emendas de relator no Governo Lula

O pagamento das emendas de relator no governo Lula, conhecidas no governo Jair Bolsonaro como orçamento secreto, beneficiou aliados à gestão atual na Câmara dos Deputados e no Senado. Embora o governo Bolsonaro tenha definido os beneficiários dos pagamentos, foi o atual que definiu a ordem dos pagamentos dos restos, que já estão em cerca de R$ 3 bilhões.

As emendas de relator foram proibidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas R$ 10,6 bilhões ficaram como restos a pagar neste ano. O destino desse dinheiro já tinha sido definido pelo governo Bolsonaro. Três deputados federais baianos estão entre os beneficiados. São eles: João Carlos Bacelar (PL), Claudio Cajado (PP) e Elmar Nascimento (UB).

João Carlos Bacelar teria recebido cerca de R$ 25,5 milhões do Governo Lula. Já Claudio Cajado aparece logo atrás, com R$ 24,6 milhões. Elmar Nascimento recebeu pouco mais de R$ 19 milhões.

O levantamento também revela que os maiores pagamentos foram destinados ao senador Eduardo Braga, membro do MDB do Amazonas e relator da reforma tributária no Senado. Entre os R$ 316 milhões listados em seu nome, R$ 145,4 milhões foram efetuados durante o governo de Lula.

A quantidade de pagamentos realizados em 2023 pode ser atribuída não apenas ao influente papel que desempenharam como relatores nos anos anteriores, mas também ao fato de que atualmente fazem parte dos partidos aliados ao governo. Domingos Neto, representante do Ceará, é filiado ao PSD, enquanto Márcio Bittar, do Acre, é membro do União Brasil.