Deputados prometem ação contra Augusto Heleno após ele defender golpe militar de 1964 durante CPI
Segundo deputado Fábio Felix, o ex-ministro de Bolsonaro 'cometeu crime'
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O depoimento do general Augusto Heleno na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de Janeiro gerou discussão e polêmica na quinta-feira (1). Os deputados federais de esquerda acreditam que ficou sem ponto final e prometeram ações contra o militar que podem trazer novos capítulos da oitiva nos próximos dias.
Durante seu depoimento na Câmara dos Deputados, o ex-ministro de Jair Bolsonaro disse que "o movimento de 64 salvou o Brasil.". A declaração, no entanto, gerou revolta de parlamentares e deram início a um tumulto.
“O general Heleno cometeu crime na tribuna da Câmara Legislativa“, afirmou o integrante da CPI deputado Fábio Felix (Psol). “Nós queremos construir uma medida que seja séria em relação ao que ele fez aqui", completou.
A discussão começou após o deputado Gabriel Magno (PT) fazer um discurso em defesa do sistema democrático e criticar as práticas da ditadura. “Em 64, vivemos um golpe violento que instaurou uma ditadura militar sangrenta no país, que matou, sequestrou, torturou, desapareceu e perseguiu opositores, durante 20 anos”, ressaltou.
Heleno então retrucou e defendeu o golpe militar de 1964. “As coisas são vistas de um lado, como sempre. O deputado acha que o movimento de 1964 matou mais de mil pessoas, o que não aconteceu. Acha que foi um movimento de vingança, de ódio, quando o movimento de 64 salvou o Brasil de virar um país comunista. Isso não teve nenhuma dúvida. Basta ler a história do Brasil, que esteve a um passo de virar um país comunista”, disse Heleno.
Para Fábio Felix, essas declarações foram criminosas.