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Descoberta de manuscrito egípcio revela história antiga de milagre na infância de Jesus

O evangelho foi excluído da Bíblia por não se alinhar às exigências da proto-ortodoxia

Por Da Redação
Ás

Descoberta de manuscrito egípcio revela história antiga de milagre na infância de Jesus

Foto: Reprodução/Staats- und Universitätsbibliothek Hamburg/Public Domain

A cópia mais antiga conhecida de uma história sobre Jesus realizando um milagre na infância foi descoberta em um antigo manuscrito egípcio. Este papiro, datado de cerca de 2.000 anos, narra o "segundo milagre", no qual Jesus, aos 5 anos, transforma pombos de barro em pássaros vivos. 

Os especialistas acreditam que o texto foi escrito no século IV ou V, provavelmente como parte de um exercício escolar em uma comunidade religiosa no Egito, que funcionava como uma sociedade cristã naquela época. Esta história, originalmente parte do Evangelho da Infância de Tomé, teria sido composta no século II, mas até esta descoberta, a cópia mais antiga conhecida datava do século XI.

O manuscrito permaneceu despercebido na Biblioteca Estadual e Universitária de Hamburgo, na Alemanha, até ser identificado por pesquisadores, incluindo um brasileiro. "Notamos pela primeira vez a palavra 'Jesus' no texto. Depois, ao compará-lo com vários outros papiros digitalizados, deciframos letra por letra e rapidamente percebemos que não poderia ser um documento cotidiano", explicou Lajos Berkes, co-pesquisador e professor da Faculdade de Teologia da Humboldt-Universität.

A descoberta tem grande relevância histórica e religiosa, pois o Evangelho da Infância de Tomé descreve os primeiros anos de Jesus, de cinco a doze anos. Este evangelho foi excluído da Bíblia por não se alinhar às exigências da proto-ortodoxia e do Concílio de Niceia em 325, que focou exclusivamente no ministério, milagres e morte de Jesus.

Na história relatada, Jesus, aos cinco anos, brinca em um riacho e molda 12 pardais de barro. Repreendido por seu pai, José, por moldar barro no sábado, Jesus ordena que as figuras de barro "voem como pássaros vivos", o que elas fazem, conforme explicou o pesquisador brasileiro Gabriel Nocchi Macedo, da Universidade de Liège, na Bélgica.

Esta descoberta lança nova luz sobre os textos apócrifos e o desenvolvimento das narrativas sobre a vida de Jesus na antiguidade.

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