Desembargador que defendeu o fim da PM de Goiás é suspenso do cargo
Adriano Roberto Linhares terá o direito de se manifestar em 15 dias
Foto: Divulgação/Wagner Soares/TJ-GO
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) anunciou, na última segunda-feira (6), a suspensão do desembargador Adriano Linhares Camargo, que defendeu o fim da Polícia Militar durante um julgamento na última semana. A ação cautelar foi determinada pelo Órgão Especial do tribunal, a pedido do presidente do TJ-GO, Carlos França, e vale até que o colegiado decida se o magistrado será alvo de processo administrativo disciplinar.
Em nota, a Associação dos Magistrados de Goiás (Asmego) informou que a assessoria jurídica da entidade "estuda o ocorrido e prestará assistência necessária ao associado, para que medidas cabíveis sejam adotadas, com o objetivo de assegurar o devido processo legal".
A Asmego completou que o desembargador não irá se manifestar por enquanto. Adriano Linhares terá o direito de se manifestar em 15 dias e, depois, o Órgão Especial decidirá sobre a abertura do processo administrativo disciplinar e se a suspensão continuará ou não.
Caso
Na última quarta-feira (1°), em meio a uma sessão da Corte, Camargo se manifestou explicitamente a favor de dissolver a Polícia Militar, argumentando que os agentes praticam “abusos e excessos recorrentes”.
Na ocasião, os desembargadores analisavam possíveis irregularidades na abordagem e tomada de depoimento de um suspeito de tráfico. Depois da repercussão da fala, o governador Ronaldo Caiado (UB) chamou o magistrado de “inconsequente” e pediu o impeachment dele.